148 Anos do Nascimento de Johann Rössler

No dia 14.04.1860, em Gablonz, norte da Boêmia, nasceu meu trisavô Johann Rössler, filho de Franz Rössler e Antonia Lang, neto paterno de outro Franz Rössler e Klara Preissler, e neto materno de Josef Lang e Barbara Wawrich. Johann imigrou sozinho para o Brasil em idade muito nova. Na viagem ao Brasil, conheceu Amalie Preussler, aquela que se tornaria a sua mulher, e que era sete anos mais velha. Johann faleceu jovem, aos 45 anos, quando fazia a derrubada de uma mata e uma árvore de bracatinga caiu sobre ele.
Published in: on 14/04/2008 at 3:01 PM  Deixe um comentário  
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Resgate Histórico na Lapa

BEM PARANA de 25.03.08

(http://www.bemparana.com.br/index.php?n=62505&t=iphan-faz-resgate-historico-na-lapa)

Carlos Simon

Dona de um rico patrimônio histórico, a Lapa abriga desde a segunda-feira um projeto para desvendar a parcela de sua história escondida no subsolo. Uma equipe de 15 pesquisadores do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ligado ao Ministério da Cultura, dá a largada ao resgate arqueológico no centro e arredores da cidade, com fins educativos e turísticos.

Os trabalhos práticos no Centro Histórico concentram-se na escavação de uma antiga fonte que será incorporada a uma nova praça, no limite da área tombada pelo Iphan. Enquanto recuperam a fonte do século 19, pesquisadores abrirão o espaço para o público e estudantes locais. “Assim aproximamos a arqueologia da comunidade, o que raramente ocorre”, afirma o arqueólogo Paulo Zanettini, chefe da equipe do instituto.

Paralelamente ao projeto, cerca de 10 técnicos do Iphan, vindos de diversas regiões do País, participarão de um curso de capacitação e treinamento específico para a arqueologia realizada em áreas urbanas. O instituto pretende ainda formar uma cultura arqueológica da Lapa, com formação profissional e instalação de laboratórios, mostrando os ganhos culturais e turísticos da atividade.

“Lapa tem quase 240 anos de história, ligada à instalação do ciclo do tropeirismo que ligava o Sul com o Sudeste País. Ela ficava às margens da Estrada da Mata, justamente o antigo caminho que ia de Viamão, no Rio Grande do Sul, à Sorocaba, em São Paulo. Deste modo, há diversas representações desse patrimônio histórico e arqueológico, excelentes para exemplificar diferentes períodos e costumes”, diz Zanettini, que considera o patrimônio lapeano um dos mais belos e bem preservados do País.

“É uma cidade rica em potencial turístico. Quantas cidades brasileiras com menos de 50 mil habitantes possuem 7 museus e um belo teatro do século 19? Além, é claro, do patrimônio arqueológico que ainda está escondido nas antigas fazendas e no subsolo da área urbana. É um patrimônio incrível que trará um pedaço da história do Brasil, através do cotidiano do povo paranaense’, completa.

Em outra frente, equipes vão mapear sítios arqueológicos nos arredores da cidade — alguns de até 8 mil anos. “Temos oito sítios cadastrados no Paraná, mas alguns deles não são pesquisados. O Estado tem riqueza pré-histórica muito grande”, afirma Zanettini. Os locais preservam vestígios das primeiras comunidades que habitaram o Estado, atraídos pelas boas condições climáticas e de subsistência na região. As equipes do Iphan devem ficar na cidade por 10 dias.

Published in: on 13/04/2008 at 4:25 AM  Comments (1)  
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158 Anos do Batizado de Leopoldina Mª de Almeida

Foi no dia 10.04.1850 que minha tetravó Leopoldina Maria de Almeida, filha de Joaquim Rodrigues de Almeida e Maria Calisto, foi batizada em São José dos Pinhais. Na mesma cidade, Leopoldina se casou com Generoso Fragoso d’Oliveira, natural da Lapa. E com a família formada, mudou-se para a região que posteriormente seria chamada de “Fragosos”, nome que ostenta até os nossos dias.
Published in: on 10/04/2008 at 2:12 PM  Comments (1)  
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Aniversário de Herbert Alfredo Fendrich

Meu avô completaria hoje 78 anos. Falecido em 30 de julho do ano passado, deixou um importante legado para sua família e para a cidade. Participou ativamente de várias atividades culturais, especiamente na música, e possuía bastante interesse histórico – dele, certamente, herdei o gosto. Grande foi o seu destaque na Banda Treml, onde tocou por 35 anos e deixou cuidadosos diários sobre ela. O canto coral também foi uma de suas paixões. Sempre se mostrava disposto a ajudar a todos que estivessen interessados em descobrir alguma coisa do passado de São Bento – inclusive eu, ajudado por inúmeras vezes quando pouco ou nada sabia sobre a cidade e sobre os familiares mais distantes. Futuramente, Herbert deve receber como homenagem o nome de uma das ruas de São Bento do Sul. Eis seu registro de nascimento:
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“Certifico que a fls 119v do livro N. 22 de registros de nascimentos, sob o termo N. 239, foi lavrado em 15 de abril de 1930 o registro do nascimento de Herberto Alfredo Fendrich, nascido em cinco (5) de abril de mil novecentos e trinta (1930), às 23 horas, à rua Argôlo, nésta Vila, do sexo masculino, de côr branco, filho de Frederico Fendrich, natural dêste Município e de Anna Fendrich, natural dêste município, domiciliados e residentes à dita estrada Argôlo, nêste Districto; sendo os avós paternos Frederico Fendrich e Catharina Fendrich e maternos João Roesler e Amalia Roesler. Foi declarante o próprio pai e serviram de testemunhas Paulo Grossl e Jorge Rank.
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O referido é verdade e dou fé.
Serra Alta, 25 de Junho de 1947.
Erico Bollmann, Oficial do Registro Civil.”
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Obs: A certidão de que tenho xerox, cópia datilografada do original manuscrito, foi tirada durante o pouco tempo em que a cidade foi chamada “Serra Alta”, logo depois voltando ao nome de sempre, com o complemento “do Sul”.
Published in: on 05/04/2008 at 3:33 PM  Comments (1)  
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117 Anos do Nascimento de Anna Roesler

No dia 02.04.1891 nasceu em São Bento do Sul minha bisavó Anna Roesler, filha dos imigrantes Johann Roesler e Amália Preussler. Anna casou-se com Frederico Fendrich Filho, e foi pessoa conhecida na comunidade, sempre ajudando em atividades comunitárias. Anos depois, foi homenageada com o nome de uma das ruas de São Bento do Sul.
Published in: on 02/04/2008 at 1:21 PM  Deixe um comentário  
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Hospital Nossa Senhora da Luz


Essa é fachada atual do Hospital Nossa Senhora da Luz, em Curitiba, onde há 64 anos faleceu meu bisavô Antônio Correia Santos, de “debilidade mental e insuficiência cardio-renal”. O site do Hospital é: http://www.pucpr.br/saude/alianca/ns_luz/index.html
Published in: on 31/03/2008 at 1:16 PM  Comments (1)  
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64 Anos do Falecimento de Antônio Correia Santos

Às 11h do dia 31.03.1944, no Hospital Nossa Senhora da Luz, em Curitiba, faleceu meu bisavô Antônio Correia Santos. Contava com apenas 41 anos de idade. A causa apontada pelo médico Dr. João Carmeliano de Miranda foi debilidade mental e insuficiência cardio-renal. Quem declarou seu óbito foi Teófilo Pasternak – não sei ainda de quem se trata. Na verdade, a família do meu avô Luiz da Silva, filho de Antônio, é a que menos tenho informações. Ao mesmo tempo, é motivação suficiente para tentar descobrir mais. Assim é que pesquisei sobre o Hospital Nossa Senhora da Luz e descobri que desde 1903 ele trata de pessoas com transtorno mentais – esse seria o caso de Antônio também, vítima de “debilidade mental”. O conceito de debilidade mental vem da psicologia clássica, e é definido exatamente por aquilo que parece ser: um déficit na capacidade intelectual da pessoa. Naturalmente, é uma definição generalista, sem considerar as inúmeras particularidades que distinguem esses pobres homens. Não faço idéia de quais eram os problemas que meu bisavô Antônio Correia Santos tinha, nem quando começaram, nem de que modo afetavam a sua vida cotidiana. Há de se considerar que há duas causas apontadas pelo médico, sendo que a outra era insuficiência cardio-renal – que, a princípio, não parece ser alguma coisa relacionada com debilidade mental. Papéis antigos do Hospital, se existirem, podem auxiliar de alguma maneira. Entrei em contato com eles, mas sem muita esperança de ser respondido. Antônio foi sepultado no Cemitério do Água Verde, mas não creio que consiga encontrar lápide.

Honório Soares Fragoso e o Cel. Miguel Fragoso

Há algum tempo fiquei sabendo da existência de um certo Miguel Soares Fragoso, ou apenas Miguel Fragoso, e que teria sido personalidade de destaque. O livro de Celso Martins “O Mato do Tigre e o Campo do Gato” o menciona. Eu sabia, através do familysearch, que Miguel era filho de Honório Soares Fragoso e Maria do Pilar. Esse Honório representava verdadeiro mistério nas minhas pesquisas, já que eu tinha o nome de 12 filhos seus, e no entanto ainda não sabia em que lugar da família ele se encaixava. Uma consulta nos livros da Igreja de Curitiba, semana passada, fez com que a dúvida fosse finalmente desfeita. Achei o batismo de Honório, onde encontrei o nome dos seus pais. Levantei, do mais obscuro recolhimento, um acontecimento de 1815. Quase nada em termos de história, mas muito tempo numa sociedade que esquece rapidamente. Mais do que isso, pude compartilhar a descoberta com o autor da obra citada, ressaltando a comprovação de que Miguel tinha sangue indígena, e também a outros descendentes de Honório, que de repente se vêem “conectados” ao resto da árvore que eu já havia compilado. Eis um esboço de alguns dos ancestrais mais próximos de Miguel (os números 8, 9, 16, 17 e 18 também são meus ancestrais):
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1. Miguel Soares Fragoso nasceu em Rio Negro por volta de 1856. Casou-se na mesma cidade a 17.05.1874 com Maria Vieira Machado, filha de Manoel Vieira Machado e de Anna do Rosário.

Miguel foi Coronel da Guarda Nacional, “combatente da Revolução Federalista, tendo ingressado nas tropas de Gumercindo Saraiva”, conforme Celso Martins em seu “O Mato do Tigre e o Campo do Gato” (2007, p. 49). Como assinala o Frei Tambosi em citação de Martins, deve-se ao seu nome e a sua ação a nomenclatura “Lageado dos Fragoso” dada a uma das mais antigas regiões de Concórdia, onde Miguel teria chegado por volta de 1900 e permanecido 18 meses nos campos do Irani. Martins cita Thomé que afirmou que Fragoso era amigo dos principais fazendeiros da região, “muitos deles ex-maragatos, como o coronel Domingos Soares, líder político em Palmas” (THOMÉ 1999, apud MARTINS 2007). O Frei Tambosi diz que Miguel era homem religioso e que mandou construir uma capelinha em honra a Nossa Senhora da Conceição. Miguel Soares Fragoso foi apontado “como o comandante dos caboclos no combate de 22 de outubro de 1912 em Irani, figurando ao lado de Miguel Fabrício das Neves” (MARTINS, 2007 p. 50). Os depoentes declararam que ele não tomou parte no referido combate. Martins lembra que “a má fama de Fragoso se espalhou rapidamente e chegou à historiografia paranaense”, onde é tratado como “figura sombria” e “indigitado cabecilho da malta assassina”. Teria escapado da prisão pela proteção do coronel Domingos Soares.

São ascendentes conhecidos de Miguel Soares Fragoso:

2. Honório Soares Fragoso. Nasceu em Curitiba, onde foi batizado no dia 24.01.1815 (Livro 14, p. 59v), tendo como padrinhos Mariano Cardoso e Maria Antônia Teixeira, mulher de Francisco Soares. Casou-se com Maria do Pilar (segundo todos os registros de seus filhos) ou Maria Cavalheiro (segundo a Lista Nominativa de Villa Nova do Principe no ano de 1850). Quanto o Cel. Miguel nasceu, Honório e Maria já contavam com ao menos 8 filhos. Estava Honório com cerca de 41 anos. Em 1850, Honório, descrito como “pardo”, não sabia ler nem escrever, e estava morando com a família na cidade da Lapa. Em algum momento mudaram-se para Rio Negro, onde faleceu a esposa de Honório. Algum tempo depois, ele voltaria a se casar, a 08.06.1868, dessa vez com Anna Maria de Jesus, da Lapa, filha de Antônio Lisboa e Rosa Palhano, com quem também teria uma filha.

3. Maria do Pilar. A mãe de Miguel Soares Fragoso faleceu antes de 1868, quando ele contava com mais ou menos 12 anos. Com seu esposo teve ao menos doze filhos.

4. Antônio Soares Fragoso. Também natural de Curitiba, onde se casou no dia 30.06.1795 com Floriana de Chaves de Almeida.

5. Floriana de Chaves de Almeida.

8. Domingos Soares Fragoso. Casou-se em Curitiba no dia 30.10.1765 (Livro 3 p. 19v) com Maria Dias Camacho, tendo como testemunhas Miguel Pereira e Manoel Rodrigues. A Lista Nomitativa de Curitiba referente ao ano de 1776 aponta um Domingos Soares, com 27 anos, no rol dos homens casados na cidade.

9. Maria Dias Camacho. Ao nascer, foi exposta na casa de Ignácio Preto, família afortunada financeiramente. Possivelmente fosse filha de indígenas, como também o era seu esposo.

10. Theodoro Esteves dos Reis, casado em Curitiba no ano de 1751 com Ignez de Chaves de Almeida. Filho de Balthazar Carrasco dos Reis, o neto, e de Margarida Esteves dos Reis.

11. Ignez de Chaves de Almeida. Filha de João de Chaves de Almeida e Bárbara Rodrigues da Cunha. Com ascendência que segue conforme Silva Leme (Vol. IV p. 416).

16. João Soares Fragoso, natural de Taubaté, e que se mudou para Curitiba, onde foi casado a 04.02.1745 com Ignez de Chaves da Silva. O seu filho Domingos, no entanto, é fruto da relação com a índia Páscoa das Neves, administrada de seu sogro.

17. Páscoa das Neves, índia, administrada de João de Siqueira.

18. Francisco Dias Camacho. Apontado no registro de casamento de Maria Dias Camacho como seu pai, mas por ele não criada, uma vez que foi exposta.

281 Anos do Nascimento de Josef Pfeffer

No dia 12.03.1727 nasceu meu heptavô Josef Pfeffer, filho de Peter Pfeffer e Margareth Hauser. Josef teria se casado mais de uma vez (possivelmente três). A esposa que é minha ancestral se chama Anna Maria Laurer. Com ela, teve o filho também chamada de Josef Pfeffer, meu hexavô. Os Pfeffer habitavam a região de Eschlkam, Bavária, Alemanha.
Published in: on 14/03/2008 at 3:46 AM  Deixe um comentário  
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43 Anos do Falecimento de Rodolfo Giese

Foi no dia 07.03.1965 que faleceu meu bisavô Rodolfo Giese, casado com Catharina Bail. Era comerciane em Campinas dos Crispim, Piên, e foi também sapateiro. Teve três filhos e uma filha. Seu passamento aconteceu na casa de seu filho Ermelino, em Rio Negrinho. Rodolfo Giese foi sepultado no Cemitério Municipal de São Bento do Sul, no mesmo túmulo de seu sogro Benedicto Bail, onde também repousaria sua esposa Catharina, falecida 9 anos depois.
Published in: on 07/03/2008 at 2:52 PM  Deixe um comentário  

293 Anos do Casamento de Peter Pfeffer

No dia 04.03.1715, se casaram em Eschlkam, na Bavária, meus octavôs Peter Pfeffer e Margareth Hauser. São esses nomes um verdadeiro achado nas minhas pesquisas, já que é difícil avançar gerações nas famílias de imigrantes. Esse casal teve meu ancestral Josef Pfeffer, casado com Anna Maria Laurer. Descendentes dos Pfeffer imigraram para os Estados Unidos, onde possuem considerável descendência.
Published in: on 05/03/2008 at 3:54 AM  Deixe um comentário  

Sovas de Pau

Já tivemos oportunidade de tratar dessa nota da Legalidade, mas com a imagem ela fica ainda mais curiosa. O texto fala por si só sobre aqueles tempos.

Published in: on 02/03/2008 at 1:01 PM  Deixe um comentário  

62. Barbara Pfeffer (1838-)

Minha tetravó Barbara Pfeffer nasceu em Kleinagn, na Bavária, às 11h do dia 09.12.1838, filha de Georg Pfeffer e Anna Singer, sendo madrinha uma Magdalena. Casou-se em 03.10.1868 com Anton Mühlbauer, com quem imigrou ao Brasil em 1877 e com quem teve os seguintes filhos: Theresia Mühlbauer, casada com Anton Fürst; Philipp Mühlbauer, casado com Rosalia Kellner; Franziska Mühlbauer, casada com Johann Augustin; Ludwig Mühlbauer, que não aparece na lista de passageiros, mas cujo registro de batismo foi encontrado na Bavária; Catharina Mühlbauer, casada com Franz Hannusch; e minha trisavó Barbara Mühlbauer, casada com Johann Hannusch. Como se vê pela foto ao lado, Barbara faleceu com avançada idade, mas ainda não sabemos precisar em que ano. Cremos que foi depois de 1920.
Published in: on 02/03/2008 at 12:49 PM  Deixe um comentário  

A Sociedade Auxiliadora Austro-húngara

Seguindo a tradição de se criar “sociedades culturais, recreativas e beneficentes” em colônias alemãs (FICKER 1973), São Bento do Sul também teve as suas. Já em 1881 existia a Sociedade Literária, que perdura até os nossos dias. Outra que resiste é a Sociedade dos Atiradores, criada em 1895. E os velhos boêmios, que imigraram ao Brasil na década de 1870, também decidiram criar a sua Sociedade Auxiliadora. Verdade é que uma das motivações para essa criação foi o ciúme que tinham da Sociedade dos Soldados Veteranos, como Josef Zipperer (1954) não fez nenhuma questão de esconder. Essa outra agremiação reunia alemães ex-combatentes de batalhas, como “as guerras de 1864-1866” e a “grande guerra contra a França”, em 1870 e 1871 (Idem). Cheio de condecorações estampadas no peito, era com grande galhardia que os membros desfilavam pelas ruas de São Bento no dia 02 de setembro, quando lembravam a batalha de Sedan, na guerra de 1870.

Os boêmios, embora mais rústicos, também tinham os seus ex-combatentes. Havia alguns que lutaram nas guerras na Dinamarca, contra os Prussianos, em Sadwa, e mesmo na Itália. Não poderiam, naturalmente, fazer parte da outra sociedade, já que lá estavam apenas os alemães prussianos, que há pouco tempo ainda estavam em guerra contra os austríacos. Quiserem então fazer uma sociedade á parte, e criaram a Sociedade Auxiliadora Austro-húngara.

Ao que parece, não existem muitos registros sobre essa sociedade – já teriam sido encontrados se houvessem. De modo que sabemos muito pouco sobre ela, além dos relatos de Zipperer. Sabemos por dedução que sua criação se deu entre os anos de 1895 e 1898. Primeiro, porque Zipperer diz que quando da criação da Sociedade, já existia o grupo dos Atiradores, e ele foi criado em 1895. Segundo, porque o mesmo autor cita um episódio dessa Sociedade que aconteceu em 1898. Quanto à duração, tampouco nos é possível precisar, mas sabemos pelas atas da Sociedade de Cantores que ainda existia em meados de 1906.

Meu trisavô Friedrich Fendrich foi presidente da Sociedade. Não se sabe durante qual período, ou se houveram outros. A Sociedade tinha uma bandeira que misturava o verde-amarelo do Brasil com o amarelo-preto da dinastia dos Habsburgos, que por séculos governaram a Áustria, e ainda governavam quando da criação da Sociedade.

A grande festa dessa associação era no dia 18 de agosto. Portando, apenas alguns dias antes da festa prussiana. Nesse dia se comemorava o aniversário de Francisco José, o imperador austríaco. Como os prussianos, agora os boêmios também poderiam desfilar nas vias púlicas. Aqueles que eram ex-combatentes poderiam, igualmente, exibir orgulhosamente as suas condecorações.

Zipperer descreve uma dessas festividades, falando que antes do desfile, membros e familiares assistiam a uma missa. Os festejos começavam em seguida, animados por bandas que tocavam canções da Boêmia, terra de todos eles. Terminavam o dia na cervejaria de Johann Hoffmann, que era o secretário da Sociedade.

A sede da sociedade era o salão de Josef Zipperer. Nas comemorações do ano de 1898, houve então um baile nesse salão. Ele nunca havia ficado tão cheio, com os membros e suas famílias, que “na maioria eram simples lavradores” (ZIPPERER 1954). Os dançarinos tiveram que ficar separados em grupos. Por essas dificuldades, a sociedade decidiu trocar de salão, e optou pelo salão de Hermann Knop (um pomerano! Zipperer julgou isso como uma verdadeira desfeita).

Os livros não nos apontam muitas coisas a mais sobre a Sociedade, além da fajuta visita do cônsul alemão, forjada por Zipperer para se vingar da desfeita, e que já foi narrada aqui. Eis uma foto dos membros em 1900:

E quem eram esses membros? Infelizmente a maioria não é mais possível descobrir. O livro de Vasconcellos nos dá o nome de dois: o presidente Friedrich Fendrich, que é o quinto da primeira fileira, partindo da esquerda, e ainda o do secretário Johann Hoffmann. Esse era também cervejeiro, e teve a infelicidade de ser desafeto do Dr. Philipp Maria Wolf, que, nas suas críticas, dizia que fazia de parte de “agremiações idiotas”. Todos os outros fotografados são tratados como incógnitos. Mas algumas descobertas foram feitas. Por fontes de tradição familiar, sabemos também que faziam parte Aloís Schreiner e seu irmão Johann Schreiner. Aloís é provavelmente o terceiro da segunda fileira, partindo da direita. Seu irmão Johann provavelmente estava perto, podendo ser o que está antes dele. Mas isso ainda não é possível afirmar. Graças a foto de Benedicto Bail que recebi de Norma Huebl e ao olhar clínico de Rose Vidal Teixeira, descobri que também ele fez parte da Sociedade! Isso era totalmente desconhecido para mim, e ouso dizer que não havia ninguém que soubesse disso. Uma pequena descoberta como essa é cheia de significação e importância, ainda mais que foi feita exatamente na semana que lembro o seu 80º aniversário de falecimento. Ele é o quarto da segunda fileira, partindo da esquerda. Está atrás de Fendrich (o que também me leva a uma conclusão curiosa: o avô do meu opa conhecia o avô da minha oma). Nesse post aqui, tem a foto do Benedicto que mostra traços idênticos, embora nessa ele já estivesse mais velho: http://coisavelha.blogspot.com/2007/09/benedikt-beyerl.html

Suponho que Jacob Treml também fizesse parte da Sociedade. Digo isso porque, além de ser boêmio, ele era veterano de guerra. Quem seria ele naquela foto? O mesmo podemos dizer de Georg Gschwendtner, cuja identidade na foto só será possível descobrir se porventura um descendente tiver alguma relíquia que permita a comparação. Tantos e tradicionais sobrenomes boêmios em São Bento também certamente devem estar representados nessa foto. As buscas continuam, tanto pela identificação como no detalhamento das atividades da sociedade.

Published in: on 01/03/2008 at 4:33 PM  Comments (48)  

Carl Panneitz e a Invasão de Lotes

Parece que mesmo 25 anos depois de fundada, ainda eram constantes os problemas de propriedade em São Bento. Numa edição do jornal “A Legalidade” de 1898, Carl Panneitz, morador da Estrada da Serra, “fazia saber que ninguém sem sua permissão deveria entrar nas suas terras”. Curioso que os colonos utilizassem um jornal para avisar os demais sobre isso. Existiam dois Carl Panneitz, pai e filho, e não sabemos qual deles se queixava no jornal. O primeiro foi casado com Johanna Voos, e o segundo era casado com Clara Maier.
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Published in: on 01/03/2008 at 4:02 PM  Deixe um comentário  

300 Anos do Batizado de Izabel Domingues

Sempre impressiona dar-se conta que um fato ocorrido há tanto tempo tenha chegado ao conhecimento das pessoas. Continuam sendo os registros eclesiásticos, a despeito da grafia normalmente difícil, em se tratando de dados antigos, fontes valiosíssimas para se preservar a história dos lugares. Há 300 anos, em 01.03.1708, foi batizada minha ancestral Izabel Domingues. Ela depois se casaria com João Dias Cortês, com quem teve a filha Quitéria Dias Cortês, de quem descendo.
Published in: on 01/03/2008 at 3:22 PM  Deixe um comentário  

Drummond, Meu Primo

Naturalmente, não tenho a menor intenção de me engrandecer por conta disso, mas apenas a de mostrar que mesmo humildes e pretensos jornalistas, como eu, podem ser primos distantes de consagrados escritores, como Drummond, nesse Brasilzão em que quase todo mundo é parente. Começo com meu tetravô Generoso Fragoso de Oliveira apenas para equilibrar as gerações até Drummond.
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Generoso Fragoso de Oliveira…..Carlos Drummond de Andrade
Francisca Soares…………………Carlos de Paula Andrade
Marciana Maria de Marafigo…….Capitão Elias de Paula Andrade
Pedro de Chaves de Marafigo……Francisco de Paula Andrade
Julianna de Chaves de Siqueira…Maria Cândida da Cunha Ataíde
Maria Martins de Ramos………..Escolástica de Moraes
Salvador Martins Leme…………Maria Pedroso de Moraes
Matheus Martins Leme…………Gaspar de Godói Colaço
Leonor Leme, a neta……………João de Godói Moreira
Antônia de Chaves………………Paula Moreira
……………JORGE MOREIRA E ISABEL VELHO
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Essa é apenas uma das formas possíveis, já que Drummond também tem como ancestrais os Leme e os Alvarengas. As fontes para a genealogia de Drummond estão no estudo de Pedro Wilson Carrano Albuquerque, que se encontra disponível aqui: http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=189&cat=Ensaios. Também poderia fazer isso com outros primos ilustres, como o Tom Jobim e o Frei Galvão. Coisas fantásticas de um país continental como o nosso!
Published in: on 01/03/2008 at 1:21 PM  Deixe um comentário  

Estrada do Lago

Também da Legalidade, encontramos outro registro curioso. Trata-se do anúncio de um certo Antônio Barbosa Cardoso, que ainda não consegui identificar, dizendo que estava vendendo a sua casa na Estrada do Lago (e barato!). Também é interessante que um “caboclo” tenha usado a língua alemã para fazer o anúncio. Eis como ele aparece:
Published in: on 29/02/2008 at 1:38 PM  Deixe um comentário  

Franz Neumann

Conforme o jornal “A Legalidade” de 08/07/1893, disponível aqui: http://picasaweb.google.com.br/portalsbs/Legalidade/

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ATENÇÃO
2 vaccas 2 novilhas e 1 tour que se acham fugidos, estão no meu pasto, podendo o seu dono recebelos mediante pagamento de annuncios e dinheiro de pasto.
Francisco Neumann, Estrada Da. Francisca. S. Bento
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Cremos que é o mesmo Franz Neumann que era comerciante e sapateiro, filho de Wenzel Neumann e Catharina Rössler, e que imigrou casado com a mulher Theresia Schulze e a filha Marie, vindos de Marienberg, na Boêmia. Viúvo dessa, casou-se com Mina Richter, e tiveram filhos cujos registros de batismo informam que eram moradores da Estrada Dona Francisca.
Published in: on 27/02/2008 at 1:28 PM  Comments (1)  

195 Anos do Nascimento de Anton Zipperer

Cremos que foi no dia 26.02.1813 que nasceu meu tetravô Anton Zipperer. Há fontes divergentes. Um pesquisador tcheco afirma que foi em 1º de Janeiro. De um jeito ou de outro, procuremos lembrar desse homem que imigrou com idade avançada, se comparado aos outros imigrantes. Estava com 60 anos. Que esperanças tinha pra si? Provavelmente a maior parte das expectativas estava numa condição de vida mais digna para os seus filhos ainda pequenos, e pra todos os seus descendentes. Foi pensando nesse futuro que Anton Zipperer e sua esposa Elisabeth Mischeck resolveram acreditar na mudança e atravessaram o oceano. E hoje lembramos que foi há quase 200 anos que Anton veio ao mundo. Junto com sua esposa resolveu deixar a vida de servidão e sem qualquer possibilidade de crescimento que o casal tinha na Europa. Aqui, Anton sofreu bastante, como todos os imigrantes, na rudimentar Colônia de São Bento. Mas quando faleceu em 1891, já era possível ver o começo do progresso na cidade, onde vários de seus descendentes galgariam importantes cargos políticos e teriam uma vida pública destacada.
Published in: on 26/02/2008 at 3:53 AM  Deixe um comentário  

62. Anton Mühlbauer (1833-1911)

Meu tetravô Anton Mühlbauer nasceu por volta de 1834. Sua aldeia natal ainda é um mistério. Sabe-se que esteve em várias aldeias da Bavária, mas não existe registro de batismo nos arquivos de Eschlkam entre 1831-1837. Supõe-se então que tenha nascido em outra Paróquia. Não descartamos a possiblidade de ser do outro lado da fronteira, ou seja, da Boêmia. De Flecken imigrou a família de um Michael Mühlbauer, mas ainda não encontramos relação com Anton Mühlbauer. Filho de Mathias e Klara Mühlbauer, Anton se casou em Eschlkam no dia 03.10.1868 com Barbara Pfeffer. O casal, antes de se casar, já havia tido dois filhos. Eis a cópia do seu registro, conforme fotografia que nos foi passada pelo alemão Franz Mühlbauer:
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O registro diz o seguinte:
(coluna esquerda) eodem
(coluna do meio) Zum hl. Sakr. Anton Muehlbauer, des Mathias der Klara Muehlbauer Inwohner v. Schwarzenberg … Sohn mit Barbara Pfeffer, des Georg Pfeffer Häusler von Kleinaign …
(coluna da direita)… 29st Sept
(coluna da esquerda): Eodem (é uma palavra em latim que quer dizer “o mesmo”, ou seja: mais um casamento no dia 03.10.1868)
(coluna do meio) Pelo sagrado sacramento Anton Muehlbaer, de Mathias e Klara Muehlbauer, locatário em Schwarzenberg… e Barbara Pfeffer, de Georg Pfeffer, dono de cabana/chalé em Kleinagn.
(coluna da direita) 29 de setembro
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O padre não escreveu sentenças inteiras, omitindo algumas palavras, talvez por estar cansado de repetir as mesmas palavras o tempo todo em todos os registros.
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Eschlkam, onde Anton Mühlbauer se casou, e onde eram feitos todos os registros de aldeias próximas

Pelos registro de batismos dos filhos de Anton, que também nos foram passados por Franz Mühlbauer, sabemos que ele esteve em outras aldeias bem próximas umas das outras, e que foram, a saber:
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Schwarzenberg, onde esteve em 1859. De lá também imigraria em 1877.

Kleinagn, onde esteve por volta de 1869 e 1870, já depois de casado

Grossaign, onde esteve por volta de 1872, e onde teria nascido minha trisavó Barbara Mühlbauer

Ritzenried, onde a família de Anton Mühlbauer esteve por volta de 1873

Em 1877, Anton e sua esposa Barbara decidem imigrar ao Brasil. E o fazem através do Navio Rio, que saiu do porto de Hamburgo no dia 20.03.1877 e chegou em São Francisco do Sul em 22.04.1877. Ainda não está claro o lugar em que a família passou a morar, visto que duas das filhas de Anton tem descendência em Fragosos, enquanto que um dos filhos morava em Serra Alta. Em 1900 Anton aparece na lista de signatários da ata de levantamento da nova Igreja Matriz de São Bento do Sul. Anton Mühlbauer faleceu no dia 02.12.1911, e segundo esse registro contava então com 78 anos e 10 meses.

Published in: on 24/02/2008 at 5:46 PM  Deixe um comentário  

EEB Frederico Fendrich

Reproduzo aqui a história da Escola Frederico Fendrich, que está disponível no blog http://eebfredericofendrich.blogspot.com/, de onde também são as fotos:

“A história da nossa escola deu-se em 1953, quando iniciou-se em uma casa com a professora Amazilda Monick. O bairro foi crescendo, aumentaram os alunos, em l959 era ESCOLA ISOLADA TRISDOBRADA. Em 1960 foi construído prédio próprio pelo governo do estado sendo que o terreno foi doado pelo Sr. Wigando Ruckl e sua esposa Cecília Ruckl , residentes neste município. O prédio foi inaugurado em 21 de agosto e recebeu como patrono o professor Frederico Fendrich. Sendo assim, a escola passou a se chamar ESCOLA REUNIDA PROFESSOR FREDERICO FENDRICH.”

A Escola de Educação Básica Frederico Fendrich situa-se na Rodovia SCT 280 n° 785 – Bairro Serra Alta, na cidade de São Bento do Sul – SC. Foi fundada em março de 1953.

A Unidade Escolar possui um terreno com área de 8.000 m². Sua área construída é de 2.167,00 m², funciona em três períodos: matutino, vespertino, noturno com aproximadamente 758 alunos. Sendo no ensino médio 373 e no ensino fundamental 386.

Published in: on 24/02/2008 at 3:40 PM  Deixe um comentário  

80 Anos do Falecimento de Benedicto Bail

No dia 24.02.1928 faleceu meu trisavô Benedicto Bail[1], tido como o noivo do primeiro casamento boêmio de São Bento do Sul[2]. Nasceu em 30.04.1856 em Holschlag e foi batizado em Gutwasser, ambas aldeias da Boêmia.[3] Conforme o registro de imigração, no entanto, ele seria natural de Haidl, atualmente Zhuri. Era filho natural de Maria Bail, e tinha ao menos uma irmã mais velha, chamada Bárbara Bail. Conta a história que cedo os dois ficaram órfãos.

Benedicto, ainda rapazote, se empregou na marcenaria de Georg Neppel. E lá conheceu Anna Maria Neppel, a filha de seu chefe. Não demorou muito até que os dois acabassem se enamorando. O que não foi visto com bons olhos por Georg, que teria então demitido Benedicto, achando que a filha merecia melhor destino do que ter um noivo órfão e bastante humilde. A separação forçada não foi suficiente, no entanto, para que os dois deixassem de se gostar.

Mas sem muitas perspectivas de vida, Benedicto decidiu acompanhar seus padrinhos Georg Gschwendtner e Francisca Raiel[4] quando imigraram ao Brasil. Veio então com o Navio Shakespeare, que saiu de Hamburgo no dia 20.09.1874 e chegou em São Francisco do Sul a 11.11.1874. Então subiram a serra até São Bento, onde passaram a morar. Benedicto morava onde hoje é a Rua Antônio Hilgenstieler. Como quase todos naquela época, também trabalhou como lavrador.

Reza a tradição que Benedicto e Anna Maria Neppel, ainda apaixonados, continuaram trocando cartas, ele em São Bento e ela na Europa. O que é de difícil comprovação, afinal cremos que Benedicto não sabia ler ou escrever. Além do mais, foram poucos os navios que vieram entre 1874, ano de imigração de Benedicto, e 1876, quando Anna Maria imigrou.

De fato, os Neppel também passaram a ter dificuldades na Europa e acharam que o melhor seria tentar a sorte em outro lugar. E esse lugar foi exatamente São Bento. Vieram pelo navio Humboldt que saiu de Hamburgo em 15.04.1876 e chegou em São Francisco do Sul no dia 11.06.1876.

Após longo período, Benedito e Anna Maria finalmente puderam se reencontrar, agora em solo brasileiro. Certamente, o novo encontro trouxe à tona todos aqueles sentimentos que haviam sido tolhidos pela separação imposta pelo pai da noiva. Com as esperanças renovadas, o casal decidiu enfrentar a oposição da família Neppel. E tanta era a vontade de legitimar a união, que um mês depois de Anna Maria chegar ao Brasil, ela e Benedicto já estavam se casando.

A data do casamento foi marcada para 10.07.1876, na próxima visita que faria o Pe. Carlos em São Bento. A refeição matinal do noivo naquele dia foi na casa de Franz Pöschl, cunhado de Benedicto e o almoço na casa de Georg Bayerl[5]. A Johann Christoff coube a missão de divulgar a notícia desse casamento. Para isso, ao fazer o seu pronunciamento, desenha com giz um convite na porta da casa das pessoas.

Benedicto, que não era, como visto, dos mais afortunados financeiramente, começou a se preocupar com a roupa que teria que vestir na ocasião do casamento – pois não tinha nenhuma em condições para cerimônia tão especial! Quem conseguiu um terno para ele foi Josef Augustin. Benedicto vestiu, o terno serviu, e foi com ele que esteve durante o casamento.

No dia do casamento, os músicos já estavam a postos na casa de Franz Pöschl. A primeira bandinha de São Bento tocou no primeiro casamento boêmio. O primeiro convidado a chegar foi Georg Gschwendtner, tido como padrinho do noivo. E como era costume, recebeu uma garrafa de vinha por isso. A todos que chegavam, era oferecido uma cerveja de gengibre, num caneco especial. Os conviddados também eram enfeitados com ramos e fitas coloridas. Havia bolos, cucas e salgados, além de café. E tudo isso servido em mesas pra lá de rústicas, como tudo o mais era rústico naquele tempo.

Era a celebração da união de Benedict e Anna Maria, contra a vontade dos Neppel. Houve, como costuma acontecer em muitas festas, uma “discussão acalorada”, pra não dizer uma briga, entre Franz Pöschl e Georg Seidl. Este havia emprestado uma pistola para Pöschl dar uma salva de tiros. Seidl estava tomando a sua cerveja de gengibre, e logo passou a se sentir tonto. Mesmo assim, estava tentando recarregar a pistola, mas acabou derramando pólvora fora do cano, e não dentro. Quando apertou o gatilho, só a espoleta estourou. Isso teria despertado a primeira discussão em um casamento na cidade, mas que logo foi controlada e apaziguada pelos demais convidados.

Fora isso, a festa seguia, animada por canções da velha Boêmia. Johann Grossl, fervoroso rezador, fez um Pai Nosso pedindo bênçãos aos noivos, além de orações pelos parentes já falecidos – como os pais de Benedicto. Feito isso, seguiu-se para a pequena capela do Santíssimo Coração de Maria, que ficava a cerca de 2 quilômetros da casa de Franz Pöschl. Para lá sergiu o cortejo nupcial. Atrás dos músicos vinha Anna Maria, acompanhada do jovem Franz Grossl, o seu guia, e Benedict acompanhado de Theresia Zipperer, a “dama de honra”. Havia ainda a representante da mãe da noiva, que foi Margareth Schiessl.

Já na capela, os dois se casaram perante o Pe. Carlos Boergershausen. Era a consumação dos desejos do casal, da paixão que começara na Europa, que fora interrompida, e que ressurgira com força total em solo são-bentense, a despeito da oposição dos Neppel. Consta que os pais da noiva permaneceram firmes e não apareceram na cerimônia de casamento da filha. Na oportunidade, também se casaram Johann Schiessl e Barbara Simet.

Depois de finda a cerimônica religiosa, foram para o hotel e restaurante de Georg Bayerl, onde a comida já estava pronta e a cerveja fora preparada pelo próprio dono. Lá também se inicou outro costume da terra natal daquelas pessoas, que era a corrida pela “offaschüssel”, uma espécie de pá de madeira, com um cabo comprido. Sob ela se deitava a massa de pão para colocá-la no forno e assim assá-la. A pá era enfeitada e colocada numa distância entre 100 e 200 metros dos “corredores” concorrentes. Vários homens se dispunham a correr. Quem venceu foi Georg Gschwendtner. Como prêmio, podia dançar com a representante da noiva, quando as danças tivessem início.

Os convidados tratavam então de sentar-se às meses, em cujo centro estava um prato para se colocar o preço da refeição, já anunciado no dia do convite por Johann Christoff, e que era de mil réis. Benedict Bail e Anna Maria Neppel sentaram-se num canto do salão, sob um crucifixo. Os parentes mais próximos sentaram-se perto. Quando todos já estavam acomodados, o dono da casa rezou em voz alta as orações de costume nessas ocasiões, as quais eram respondidas pelos convidados. Depois todos almoçaram.

Quando terminaram, as mesas foram arrumadas. Anna Maria caminhou sob uma passarela de meses em direção ao centro do salão. Fez isso em companhia de Franz Grossl, o seu “guia”. Começou então a dança da noiva, a primeira feita exatamente com Grossl. A seguinte foi chamado Benedicto Bail, e então o casal dançou pelo salão. Depois de tantos problemas, proibições e distância, não estavam os dois ali casados e dançando para celebrar a união? Essa dança também foi dançada por Franz Grossl e Therezia Zipperer, além de Georg Gschwendtner, o vencedor da “offaschüssel”, e a representante da mãe da noiva.

Depois seria a hora de chamar o pai de Benedicto. Como ele há longo tempo já descansanva no solo de sua pátria, foi rezado um Pai Nosso pelo descanso de sua alma. O pai da noiva também seria chamado, mas, como dito, ele não compareceu. Depois foram chamados os padrinhos e depos os demais parentes. E ao final, todos os convidados puderam dançar pelo salão.

O simples Benedicto viveu menos de dez anos em companhia de Anna Maria. No dia 29.09.1885 Anna faleceu, vítima de tifo. Era o triste fim do relacionamento que começara ainda na Boêmia. Não sabemos se nessa época houve alguma alteração no relacionamento de Benedicto com os pais da noiva. Sabemos que em 1884, Benedicto aparece como testemunha de casamento de Josef Neppel e também de Aloís Neppel, irmãos de Anna Maria, de modo que sabemos que mantinham relações. Não temos notícia de filhos de Benedicto com sua primeira esposa Anna Maria Neppel.

Algum tempo depois de ficar viúvo, Benedicto se casou novamente, dessa vez com Catharina Brandl, que ainda criança também imigrou pelo Shakespeare em 1874. Transcrevemos o registro de seu casamento, conforme os livros da Igreja Católica de São Bento do Sul:

“A dez de fevereiro de mil oitocentos e oitenta e seis, às 10 horas da manhã, na Capella do Smo. Coração de Maria deste Municipio de S. Bento, feitos os tres banhos canonicos a 24 e 31 de Janeiro e 2 de Fevereiro do corrente anno, sem impedimento algum e com palavras de presente e de mutuo consentimento na forma do sagrado Concilio de Trento, em minha presença e das testemunhas José Schroeder e Jorge Weiss, receberão-se em matrimonio Bendedicto (sic) Beierl e Catharina Prandl, elle de idade de 30 annos, viuvo por obito de sua primeira mulher Maria Neppel, filho natural de Maria Beierl, nascido em Holzschlag e baptisado em Gutwasser na Bohemia, e ella de idade de 18 annos, solteira, filha legitima de José Prandl e Anna Weinfalter, nascida e baptisada em Eisenstrass, também na Bohemia, ambos os contrahentes livres, estrangeiros, lavradores e moradores neste Municipio. E logo em seguida na missa pro sponcis lhes dei a Benção Nupcial Solemne do que para constar lavrei este termo que assignei com as testemunhas. O Vigário Pe. Carlos Boegershausen”.

Desse casamento nasceram os seguintes filhos, não necessariamente na ordem:

Luiz Bail, casado com Francisca Fleischmann.
Thereza Bail, casada com Engelberto Bechler.
Maria Bail, casada com Otto Zeithammer.
José Bail, casado com Martha Maahs.
Carlos Bail, casado com Maria Quandt.
Engelberto Bail, casado com Paula Heiden.
Catharina Bail, casada com Rodolfo Giese.
Benedicto Bail, casado com Maria Grosskopf.
Rodolfo Bail, casado com Margarida Hübl.
Paulo Bail, casado com Marta Grosskopf.

A vida de Benedicto já havia tido perdas prematuras, e ele teve ainda mais uma em 04.02.1912. Nesse dia faleceu, com cerca de 43 anos, sua segunda esposa Catharina Brandl. Faleceu antes de seu pai, Josef Brandl, que continuou morando com seu genro Benedicto até falecer em 1917. Já Benedicto, faleceu no dia 24.02.1928, conforme atesta o registro de óbito que tivemos o cuidado de transcrever abaixo:

“Aos vinte e cinco dias do mez de Fevereiro do ano mil novecentos e vinte e oito, nesta villa de São Bento, Estado de Santa Catarina, em meu cartório compareceu Benedito Bail e perante as testemunhas abaixo assignadas declarou que no dia de hontem às dezoito e meia horas, falleceu em seu domicilio na Estrada Argolo, neste distrito, seu pai Benedicto Bail, vítima de fraqueza cardíaca, com idade de 71 anos, natural de Áustria, de cor branca, profissão lavrador, viúvo de Catharina Brandl, de filiação ignorada, residia à dita Estrada Argolo, tendo fallecido sem assistência médica, não deixa bens, vae ser sepultado no Cemitério Público desta villa de São Bento, do que para constar lavrei o presente termo, depois de lido e achado conforme, assina Luiz Guenther a rogo do declarante, por não saber este escrever, conforme declarou, com as testemunhas que são Paulo Grossl, alfaiate, e Antônio Ruzanowski, ambos residentes nesse districto. Eu, Erico Bollmann, official do Registro Civil, o escrevi e também assigno.”

Benedicto está sepultado no Cemitério Municipal de São Bento do Sul, no lado esquerdo de quem entra pela escadaria, no mesmo túmulo em que descansa sua filha Catharina Bail e o esposo desta, Rodolfo Giese. Cremos que há um equívoco na sua lápide ao afirmar que nascera em 1854, quando na verdade foi 1856. O fato de seu filho ser analfabeto comprova novamente que Benedicto deve ter tido uma vida muita simples e sob condições bastante humildes.

[1] A grafia varia muito de documento para documento, podendo ser Bail, Beil, Beyerl, Bayerl, e assim por diante. Os descendentes de Benedicto usam, quase todos, “Bail”, razão pela qual também é essa a grafia que aqui adotamos.
[2] A história é tratada no livro de Josef Blau “Bayern in Brasilien” e também no “São Bento do Passado”, de Josef Zipperer. Também já foram realizadas apresentações teatrais.
[3] Holschlag atualmente se chama Paseka e contava com a seguinte população e moradias: em 1910 eram 172 habitantes morando em 8 casas; em 1921 eram 9 casas, e desconhecemos a população. Paseka fica a cerca de 3 quilômetros de Zhuri. Já Gutwasser, em nossos dias se chama Dobrá Voda, a 5,7 quilômetros de Paseka.
[4] A informação de que eram padrinhos de Benedicto está no livro “São Bento na Memória das Gerações”, de Alexandre Pfeiffer.
[5] Não sabemos ainda qual o parentesco com Benedito, se de fato existe, como o cremos. George Bayerl também veio pelo navio Shakespeare em 1874.

Published in: on 24/02/2008 at 12:37 PM  Comments (2)  

Viagem Pela Comarca de Curitiba

O viajante francês Saint-Hilaire percorreu todo o Brasil no começo do século XVIII, e deixou impressões riquíssimas em muitos dos seus livros. O livro sobre a Comarca de Curitiba foi desmembrado de outro, e dá a noção certa do que deve ser o restante. Vale muito a pena acompanhar as viagens de Saint-Hilaire. Primeiro ele chegou em Castro, e descreve minunciosamente tudo o que vê, todas as pessoas que encontra, e todos os meios de se viver daquelas pessoas. Depois faz o mesmo com Curitiba. O livro já valeria a leitura só por causa de frases como “Curitiba mostra-se tão deserta, no meio da semana, quanto a maioria das cidades do interior do Brasil”. Que extraordinária diferença para os nossos dias! E continua: “Ali, como em muitos outros lugares, quase todos os seus habitantes são agricultores que só vêm à cidade aos domingos e dias santos, trazidos pelo dever do ofício divino”. As descrições que faz de Curitiba servem muito para que eu entenda melhor de que modo viviam meus vários ancestrais curitibanos naquele tempo. Depois de Curitiba, o autor ainda partiu pra Paranaguá, com passagens também muito interessantes. Também é necessário destacar o elemento indígena nessa obra, e a tentativa de Saint-Hilaire em aprender o vocabulário dessas pessoas. Há inclusive um pequeno dicionário na língua dos indígenas. Enfim, um banho de história!
Published in: on 19/02/2008 at 1:44 AM  Comments (1)  

Aldeia Natal de Anna Trojan

Complementando o post anterior, aqui vão imagens da aldeia natal de Anna Trojan, Kochowitz – atualmente, Kochowice. A imagem é do Google Earth e mostra uma região que provavelmente continua não muito desenvolvida.

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Published in: on 17/02/2008 at 9:10 PM  Deixe um comentário  

61. Anna Trojan (1831-1920)

Minha tetravó Anna Trojan nasceu em Kochowitz e foi batizada em Gastorf, na Boêmia. Casou-se ainda na Europa com Wenzel Hannusch. De Osseg, eles imigraram ao Brasil no ano de 1877 a bordo do Navio Rio. O casal teve os seguintes filhos, que imigraram com eles: Antônia Hannusch, casada com José Pilz; Rozina Hannusch; Franz Hannusch, casado com Catharina Mühlbauer; e meu trisavô Johann Hannusch, casado com Barbara Mühlbauer.

Por volta de 1896, Wenzel Hannusch faleceu. No ano seguinte, encontramos o registro do segundo casamento de Anna Trojan, por sinal muito curioso, e que transcrevemos abaixo:
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“A treze de Novembro de mil oitocentos e noventa e sete ás 10 horas da manhã na Capella do Smo. Coração de Maria deste município de S. Bento, dispensados os tres banhos canonicos por mim por Delegação do Epmo. e Revmo. Senhor Bispo Diocesano de 26 de Setembro de 1895, sem impedimento algum e com palavras de presente e de mútuo consentimento na forma do 1º Concílio Tridentino, em minha presença e das testemunhas Jacob Treml e Francisco Eckstein, receberão-se em matrimonio Jorge Zipperer e Anna Trojan, moradores neste município, elle de 76 annos d’idade, nascido e baptisado em Rothenbaum na Bohemia, e filho legítimo de Jorge Zipperer e Anna Augustin, e viúvo por obito de sua 3ª mulher Maria Magdalena Zipperer, e ella de 66 anos d’idade, nascida em Kochowitz e batisada em Gastorf na Boêmia, filha legítima de Antonio Trojan e Elisabeth Tausch, e viúva por obito de seu marido Venceslau Hanusch, do que para constar fiz este termo que assignei junto com a contrahente e as testemunhas.
O Vigário Pe. Carlos Boegershausen.
Anna Trojan
Jacob Treml Franz Eckstein”
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Eis a assinatura de Anna Trojan conforme ela aparece no registro:
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Percebemos então que eram ambos de idade bem avançada. Anna com 66 anos e seu esposo Jorge Zipperer com 76. Já tratamos sobre algumas dificuldades na família Zipperer no que diz respeito a nomes e idades. O pai de Jorge talvez fosse Adam Zipperer. Muito interessante também é ver que esse era o quarto casamento de Jorge, e que todos os outros terminaram porque suas esposas faleceram. Mas isso não aconteceria pela quarta vez. Anna faleceu também viúva de Jorge Zipperer, embora o registro só informe que era viúva de seu primeiro marido. Eis a transcrição de seu óbito, conforme o Livro 5, p. 49 N. 52 do Cartório de São Bento:
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“Aos catorze dias de agosto de mil novecentos e vinte, em meu cartório compareceu Francisco Hannusch, lavrador, domiciliado no lugar Fragosos, de Campo Alegre, e perante as testemunhas no fim assignadas, declarou que hoje, ás 12 horas, em seu domicílio, falleceu sem assistência médica a sua mãe Anna Hannusch, com 89 anos, nascida na Alemanha, e residente no mesmo lugar Fragosos, na companhia de seu dito filho Francisco Hannusch, de profissão doméstica, sem deixar herança, deixando quatro filhos maiores, viúva de Wenceslau Hannusch, em conseqüência de velhice, devendo sepultar-se no Cemitério Cathólico, nesta villa, do que faço esse termo.
A rogo do declarante, por não saber escrever, Eu, Miguel Rodrigues, escrivão interino, o escrevo.”
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Eis aí um registro que também suscita coisas interessantes. Em 1920 estavam vivos todos os filhos de Anna Trojan com Wenzel Hannusch. Como o número de 4 filhos é o mesmo que encontramos no registro de imigração, supomos que não tiveram outros filhos nascidos no Brasil. Até porque, já estavam na casa dos 40 quando imigraram. Não sei onde morava Jorge Zipperer e de que maneira conheceu minha tetravó Anna Trojan. Como percebe-se pelo registro, os Hannusch moravam na região de Fragosos. Também se diz que ela foi sepultada no “Cemitério Cathólico” de São Bento. Se de fato está lá no Cemitério Municipal, sua lápide também perdeu-se com o passar dos anos, de modo que já é impossível identificar o local em que está sepultada.
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Anna faleceu com avançada idade, e sua morte impediu que sofresse a perda de seu filho Francisco Hannusch, o declarante desse óbito, que faleceu no ano seguinte, aos 55 anos, vítima de influenza.

Published in: on 17/02/2008 at 5:30 PM  Deixe um comentário  

60. Wenzel Hannusch

Meu tetravô Wenzel Hannusch era da região de Osseg ou Osseck, no norte da Boêmia. Nasceu por volta de 1833. Era operário, e imigrou ao Brasil a bordo do Navio Rio, que chegou em São Francisco do Sul no dia 22.04.1877. Wenzel veio já casado com Anna Trojan e com seus filhos. Ainda não pude consultar um provável registro de óbito de Wenzel Hannusch. Ele faleceu antes de 1897, ano em que sua esposa Anna Trojan se casou pela segunda vez. Nos livros eclesiásticos não ficou registro desse falecimento. Resta-nos então a consulta ao cartório civil. Embora seja difícil, pode ser que informe os pais, nomes que até então desconhecemos. Wenzel Hannusch é antepassado de todos os Hannusch que vieram para a região de São Bento. Grande parte deles se estabeleceram em Fragosos e redondezas.
Published in: on 16/02/2008 at 9:30 PM  Comments (1)  

Sobrenomes Mencionados

Mais uma lista de sobrenomes, essa ainda maior. São pessoas que aparecem na minha árvore dos Zipperer, em São Bento do Sul, Rio Negrinho, Porto União, Curitiba, e demais cidades. Tenho informações sobre:
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Achatz, Afonso, Agostinho, Aguilar, Ahrenz, Alberth, Albrecht, Almeida, Altmann, Alves, Amorim, Antunes, Aquino, Araújo, Aschenbrenner, Augustin, Azim, Bachmeier, Baechtold, Baggio, Bail, Barcelo, Baron, Batista, Baum, Baumann, Bayerl, Becker, Beil, Beja, Bendlin, Berlinger, Berlintes, Böhm, Bohman, Boiger, Bollmann, Bonetto, Borgia, Brandl, Brenner, Breszinski, Brett, Brey, Brito, Buba, Buchmann, Buddemeyer, Busse, Carmo, Carneiro, Carvalho, Casado, Cheuchuk, Chiminello, Ciocero, Crisostomo, Cornélio, Correia, Costa, Cubas, Delabarba, Dias, Dieguez, Diener, Doering, Dörner, Drecksser, Duffeck, Dums, Dziedicz, Eckl, Ecklhoffer, Eckstein, Ehrl, Eichstaed, Fagundes, Feix, Fendrich, Fernandes, Ferreira, Finta, Firsch, Fischer, Fleith, Fragoso, Françoi, Franz, Freiberger, Friedrich, Fuckner, Gabardo, Gadotti, Gansenmüller, Gassner, Gehring, Gelbke, Gellert, Gerdes, Geretschlaeger, Giachetta, Giese, Glinski, Goertler, Gomes, Gonçalves, Gonchorovski, Gonzales, Görges, Goulart, Greil, Grimm, Grosskopf, Grossl, Grubenbauer, Gruber, Grützmacher, Gschwendtner, Guerra, Guesser, Guimarães, Habowski, Hamann, Hannemann, Hansen, Harasckewicz, Harms, Hastreiter, Hatschbach, Hauffe, Heidereich, Henkels, Hien, Hilgenstieler, Hirt, Hock, Hoffmann, Holanda, Honnicke, Hornick, Huber, Hübl, Hübner, Hümmelgen, Iarrocheski, Jablonski, Jackl, Jacob, Jaeger, Jakusch, Janckowski, Janz, Jung, Jurgensen, Kaesemodel, Kalhofer, Kamiensky, Karowetz, Karsten, Kaszubowski, Kath, Katzer, Keil, Keller, Kempf, Kirschbauer, Klaumann, Klimmek, Klinger, Klitzke, Kloner, Knapick, Knop, Kobs, Koczot, Koelzer, Kohlbeck, Köhler, Kollross, Kotelack, Krambeck, Krüger, Kucherl, Kürten, Kwitschal, Labenz, Lacerda, Lampe, Lang, Langhammer, Lapa, Leal, Leite, Leithis, Lemke, Liebl, Lima, Linzmeyer, Lisboa, Loos, Lopes, Lorenz, Lorusso, Ludwig, Lutz, Luz, Macedo, Machado, Maciel, Maglioreto, Magri, Maia, Malinowski, Mallon, Marcelino, Maros, Marquardt, Martin, Martins, Mascarenhas, Mattoso, Maulepes, Medeiros, Mello, Mendes, Meneghetti, Meros, Michalski, Mikosz, Mischeck, Moldenhauer, Monteiro, Montilha, Montovani, Moraes, Moreira, Mühlbauer, Müller, Naderer, Neidert, Neppel, Neugbauer, Neumann, Oleskowicz, Oliveira, Pacher, Padilha, Pankratz, Panneitz, Pantelão, Peng, Penkal, Pereira, Pfeiffer, Pfützenreuter, Pilato, Pimpão, Pinto, Ploetz, Pollum, Prado, Preissler, Preussler, Priebe, Pruner, Prüss, Pscheidt, Ptak, Raiel, Randig, Rank, Rantz, Redzinski, Reinhardt, Reis, Resende, Ribas, Ribeiro, Righetto, Rios, Ritzmann, Robl, Rocha, Rodrigues, Roesler, Rohmann, Ropelato, Rückl, Rugoski, Ruthes, Santos, Sass, Salles, Scaburi, Schappo, Schewinsky, Schiessl, Schmidt, Schmith, Schmitt, Schierholt, Schoeffer, Schreiner, Schröder, Schubert, Schulz, Schwarz, Schwitzki, Seibt, Seidl, Seleme, Sill, Simm, Silva, Silveira, Siqueira, Sohn, Souza, Speckl, Spitzner, Splitter, Stange, Stapait, Stascheck, Staviny, Stelter, Sthäelin, Stiegler, Stoerberl, Stoll, Stueber, Stürmer, Stuy, Surkamp, Swishelowski, Tascheck, Tausch, Tauscheck, Tavares, Telma, Terra, Theiss, Tomesch, Treichel, Treml, Trevisan, Trnka, Tschöke, Vale, Vasconcellos, Veras, Virmond, Vogel, Weber, Weihermann, Weiland, Weise, Weiss, Wenck, Wesselack, Wetter, Wistuba, Wittkowski, Wittlich, Woehl, Wolff, Wolner, Wützke, Zacharias, Zanluca, Zchoerper, Ziekur, Ziemann, Zierhut, Ziesemann, Zietz, Zimmermann, Zipperer, Zoeller, Zulauf.
Published in: on 14/02/2008 at 3:10 AM  Comments (355)  

59. Flora Lina Cavalheiro (1848-antes de 1883)

Minha tetravó Flora Lina Cavalheiro foi batizada na Lapa a 16.11.1848. Era filha de João Florido Cavalheiro e Eduvirgens de Pontes Maciel. Na mesma cidade, casou-se no ano de 1865 com Felippe Soares Fragoso, com quem teve ao menos três filhas: Angelina Fragoso Cavalheiro, casada com seu primo Lino Rodrigues de Almeida; minha trisavó Joaquina Fragoso Cavalheiro, casada com Saturnino Fragoso de Oliveira, filho de um primo seu; e Francelina Fragoso Cavalheiro, casada com Francisco André de Assis Dranka, ascendentes de Verônica Dranka, esposa de Antônio Kaesemodel. Não sei ainda muita coisa sobre Flora. Em 27.06.1877, ela e seu esposo Felippe aparecem nos livros de São Bento como padrinhos de Marcullino, filho de Antônio Soares de Marafigo e Joanna Maria Mattosa. Entre essa data e o final de 1882, ocorreu o falecimento de Flora. Isso se deduz porque seu esposo Felippe Soares Fragoso se casou novamente em janeiro de 1883. Também não sei dizer ainda em que lugar ela faleceu, pra então poder procurar seu registro de óbito, a fim de conseguir a data exata e as demais informações que ele trouxer.
Published in: on 14/02/2008 at 1:23 AM  Deixe um comentário  

272 Anos do Casamento de Francisco Cubas Ribeiro

Em 13.02.1736 se casaram em Curitiba meus ancestrais Francisco Cubas Ribeiro e Maria Magdalena de Assumpção. Entre outros, foram pais de Plácido de Góes Ribeiro, que se casou com Quitéria Dias Cortês, e que são ancestrais pelo meu ramo Marafigo.
Published in: on 13/02/2008 at 12:05 PM  Deixe um comentário  

Soc. de Cantores – Sobrenomes Mencionados

Eis a lista dos sobrenomes mencionados nas atas da Sociedade de Cantores de São Bento do Sul/SC, a atual “Säengerhalle”, desde a sua fundação em 1881 até por volta de 1970, conforme pesquisas do meu avô. Às vezes é uma ligeira menção, às vezes há muitas descrições sobre a atuação dentro da Sociedade: Bayerl, Becker, Beckert, Bendlin, Bollmann, Brodel, Buschle, Doetsch, Endler, Engel, Fischer, Franz, Friedrich, Gerhmann, Greipel, Grosskopf, Haertel, Hansen, Heiden, Hettwer, Hoffmann, Hölzer, Hümmelgen, Jakusch, John, Jung, Kedenburg, Kobs, Koch, Köhler, Krause, Langer, Lietz, Mareth, Müller, Natzke, Negrin, Neubauer, Neumann, Panneitz, Philipp, Pichol, Priebe, Priess, Prinz, Rudnick, Schemmel, Schiessl, Schlagenhaufer, Schneider, Schröder, Schürle, Schwarz, Schwedler, Seidel, Selke, Simm, Spies, Sprotte, Söhtje, Stein, Struck, Swarowsky, Thomas, Tschöke, Uhlmann, Venera, Wabersich, Wagner, Weber, Weise,Wolff, Zappe, Ziemann
Published in: on 13/02/2008 at 2:34 AM  Comments (6)  

Parentescos Entre Meus Ancestrais 2

Obviamente, a genealogia não se resume a uma coleção de nomes e datas. Mas de vez em quando dá pra fazer algumas brincadeiras. Também os pais de Manoel Soares Fragoso eram primos. E naturalmente, os dois jamais devem ter descoberto isso. Eis como isso se dá:
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Theodoro Soares Fragoso…………Feliciana Rodrigues França
Domingos Soares Fragoso………..Maria de Chaves de Almeida
João Soares Fragoso………………..Paulo de Chaves de Siqueira
Catharina Garcia de Unhatte………João de Chaves de Almeida
Antônio Garcia da Cunha…………Ignes de Chaves da Silva
Garcia Rodrigues Moniz…………..Manoel de Chaves da Silva
Manoel Garcia Velho……………….Ignez Dias de Alvarenga
Catharina Dias……………………Luzia Leme
……………………………………Ignez Dias
……………………DOMINGOS DIAS…………………….
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E não era a única maneira:
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Theodoro Soares Fragoso……….Feliciana Rodrigues França
Domingos Soares Fragoso……….Manoel Fernandes França
João Soares Fragoso……………….Anna Maria Esteves
Catharina Garcia de Unhatte….Balthazar Carrasco dos Reis
Maria Antunes Cardoso………….Isabel Garcia Antunes
Thomé Portes del Rey……………Isabel Antunes da Silva
Juliana Antunes……………………..Domingas Antunes
José Preto…………………………Maria Lucas
……………………………………Domingas Antunes
……………………ANTÔNIO PRETO………………….
Published in: on 12/02/2008 at 11:55 AM  Deixe um comentário  

Mais um Caso de Suicídio em SBS

Antes do suicídio de Julie Löffler em 1885, já tratado nesse blog no post “A Família Herdina”, houve um outro que aconteceu em São Bento. É o primeiro que aparece documentado nos livros eclesiásticos. Trata-se de Mathias Piritsch, que esteve entre os primeiros homens que derrubaram as matas para a demarcação dos primeiros lotes da Colônia de São Bento. Veio ao Brasil solteiro a bordo do navio Guttenberg, em 1873. Sua procedência aparece como sendo Herfkirchen, na Boêmia.
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Já em São Bento, e em data ainda desconhecida, Mathias se casou com Eva Bormann, viúva de Michael Witt, outro que esteve entre os pioneiros de São Bento. Esse casal veio ao Brasil a bordo do Zanzibar, também em 1873. Eram de Münsterwald, na Prússia Ocidental. Com apenas seis meses de moradia no Brasil, esse Michael faleceu, no dia 11.03.1874, com cerca de 50 anos. Ao que parece, esse casal não teve descendentes, ou ao menos não imigrou com eles.
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De modo que a esposa Eva ficou sozinha na nova pátria que ela e o marido haviam escolhido para mudar de vida. E aqueles primeiros meses certamente não eram nada fáceis para os imigrantes recém-chegados, que se viam obrigados a passar por todo tipo de dificuldade, dispondo de pouquísismos recursos.
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Em algum momento, Eva conheceu Mathias Piritsch e eles vieram a se casar. Em novembro de 1878 já estavam casados, pois assim aparecem como padrinhos de batismo de Alma Ottília, filha de meus tetravós Friedrich Labenz e Wilhelmine Witt. Não sabemos, no entanto de descendentes de Mathias e Eva. O fato é que no dia 29.12.1884 ele se enforcou “no mato”, deixando-a repentinamente viúva, pela segunda vez.
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Sempre lamentarei a precariedade de informações que temos sobre a vida desses primeiros imigrantes. Isso impede que tentemos descobrir realmente o que motivava as suas ações. Afinal, o que levou Mathias Pirisch a se suicidar? A pobre Eva, viúva de dois dos pioneiros de São Bento, viu o marido ser sepultado fora do campo sagrado, conforme o destino que cabia àqueles que se matavam.
Published in: on 12/02/2008 at 11:50 AM  Deixe um comentário  

Parentescos Entre Meus Ancestrais

Meus ancestrais Manoel Soares Fragoso e Marciana Maria de Marafigo eram parentes. Distantes, mas eram. O que não é nenhuma coisa extraordinária, mas também chega a ser curiosa. Assim como é curioso que eu descenda duas vezes deles, através de dois dos seus filhos. Com tantos nomes de antepassados, muitas vezes não se percebe a relação que tinham entre eles. Eis então as duas formas pelas quais meus antepassados eram primos, sendo que a pessoa abaixo de cada nome representa o pai ou a mãe:
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Manoel Soares Fragoso………………… Marciana Maria de Marafigo
Feliciana Rodrigues França…………… Águeda de Góes Ribeiro
Manoel Fernandes França……………. Quitéria Dias Cortês
Anna Maria Esteves………………….. João Dias Cortês
Balthazar Carrasco dos Reis………….. Maria das Neves
Isabel Garcia Antunes……………………………………………..
………….BALTHAZAR CARRASCO DOS REIS
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Quase todas as famílias que tem raízes no Paraná descendem de Balthazar Carrasco dos Reis. Eu, descendo ao menos quatro vezes dele. Há alguns primos ilustres, como o Tom Jobim, que também tem ele como ancestral. Eis a outra maneira em que Manoel e Marciana eram parentes:
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Manoel Soares Fragoso………….. Marciana Maria de Marafigo
Feliciana Rodrigues França……. Pedro de Chaves de Marafigo
Maria de Chaves de Almeida….. Julianna de Chaves de Siqueira
Paulo de Chaves de Siqueira……. Francisco de Anhaya de Almeida
João de Chaves de Almeida……………………….
…………… PAULO DE ANHAYA BICUDO
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Como eu descendo duas vezes de Manoel Soares Fragoso e de Marciana Maria de Marafigo, e os dois descendem de Paulo de Anhaya Bicudo, naturalmente também descendo quatro vezes desse. Há outros ramos com casamentos entre parentes, o que me faz descender em alguns casos, até oito vezes do mesmo casal, como é o caso de Garcia Rodrigues e Isabel Velho, tradicional família da São Paulo quinhentista.
Published in: on 12/02/2008 at 12:56 AM  Deixe um comentário  

58. Felippe Soares Fragoso (1846-?)

Meu tetravô Felippe Soares Fragoso foi batizado na Lapa no dia 31.05.1846. Era filho de Manoel Soares Fragoso e Marciana Maria de Marafigo, casados em Curitiba no ano de 1826, de modo que já eram de idade mais avançada quando tiveram Felippe. Na mesma cidade, ele se casou no ano de 1865 com Flora Lina Cavalheiro. Estiveram na região de Fragosos, como se deduz de registros diversos, acompanhando a grande leva de “Fragoso” que para lá se mudou. Mas não sabemos em que momento isso se deu. A 30.01.1883, encontramos Felippe Soares Fragoso novamente na Lapa, casando-se pela segunda vez, pois ficara viúvo de minha tetravó. Sua segunda esposa se chamava Anna Muniz de Santana, filha de Manoel Joaquim de Santana e Felisbina Maria Muniz. Não encontrei descendentes desse segundo casamento. Também não sei do paradeiro de Felippe depois do casamento. Penso que estava ainda na região de Fragosos, pois suas filhas aparecem em alguns registros eclesiásticos de São Bento morando por lá.
Published in: on 10/02/2008 at 4:59 PM  Deixe um comentário  

122 Anos do Casamento de Benedikt Beyerl

No dia 10.02.1886, meus trisavós Benedikt Beyerl e Catharina Brandl se casaram. O noivo era viúvo de Anna Maria Neppel, que havia falecido vítima de tifo no ano anterior, e com a qual fora casado por 9 anos (sem geração conhecida). A família de Catharina Brandl imigrou ao Brasil no mesmo navio de Benedikt, o “Shakespeare”, em 1874. Eram ambas famílias de lavradores bastante humildes.
Published in: on 10/02/2008 at 4:53 PM  Deixe um comentário  

Caminho Descoberto Embaixo da Praça Tiradentes

Em meio aos projetos de revitalização na Praça Tiradentes, tida como marco zero de Curitiba, os arqueólogos fizeram uma interessante descoberta: uma espécia de calçada, do século XVIII ou XIX, encontrada a quase 1 metro de profundidade. A nova descoberta, felizmente será preservada. No local também busca-se vestígios do Pelourinho, erguido em 1668. A matéria completa está aqui:
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http://www.bemparana.com.br/index.php?n=57573&t=caminho-reencontrado-debaixo-da-praca-tiradentes
Published in: on 08/02/2008 at 11:17 PM  Deixe um comentário  

Família Giese

A história da Família Giese na região de São Bento do Sul começa com a vinda de de Johann Karl Giese e Emilie Wegner para o Brasil, a bordo do navio Henry Knight em 1872. Vieram de Regenwald, na Pomerânia, hoje parte da Polônia, chegando na cidade de Joinville com seus quatro filhos:

1.1 Minna Giese, nascida por volta de 1851.

1.2 August Giese, nascido por volta de 1854.

1.3 Emilie Giese, nascida por volta de 1857.

1.4 Karl Giese, nascido em 30.05.1859, casou-se em 25.10.1891 na Igreja Protestante de São Bento do Sul com Ida Bertha Labenz, nascida em 03.11.1874 (segundo o registro de casamento, 06.11.1874), filha de Friedrich Labenz e Wilhelmine Witt, família que imigrou ao Brasil em 1877 a bordo do navio Bahia, vindo de Eichstedt, na Prússia, hoje também pertecente à Polônia. Nesse assento consta que Carl morava em São Paulo e que a família Labenz morava na Estrada Bismarck. Carl Giese faleceu em 24.06.1924, sendo sepultado no Cemitério Municipal de São Bento do Sul. Sua esposa Ida Bertha Labenz faleceu em 03.10.1934. Tiveram:

1.4.1 Luiza Giese, nascida em São Bento do Sul a 17.11.1892 e falecida a 12.09.1918. Casou-se com Carlos Blödorn, nascido em 05.10.1884 e falecido em 25.07.1956.

1.4.2 Adolfo Giese, nascido em São Bento do Sul a 06.01.1895 e falecido a 06.12.1977. Casou-se com Martha Zoellner, nascida em 22.08.1894 e falecida em 28.03.1972. O casal morava na localidade de Fragosos, pertencente a Campo Alegre, e lá deixaram grande descendência. Descansam no Cemitério local. Tiveram:

1.4.2.1 Afonso Giese, nascido por volta de 1923 e falecido em agosto de 2005, casado com Margarida. Pais de: Odete Giese, Salete Giese, Margarete Giese, Alcione Giese, Anselmo Giese, Marcelo Giese, Rubens Giese, Elizete Giese, Dori Giese, Arlete Giese, Airton Giese, Charles Giese.

1.4.2.2 Irene Giese, casada com Pedro Cavalheiro Neto, falecido em 13.08.2005, com quem teve: Alda Cavalheiro.

1.4.3 Rodolfo Giese, nascido em São Bento do Sul a 13.09.1897 e falecido a 07.03.1965, sepultado no Cemitério Municipal. Casou-se em 27.08.1921 com Catharina Bail, nascida São Bento do Sul a 03.05.1896 e falecida a 30.11.1974, filha de Benedicto Bail e Catharina Brandl, neta pelo lado paterno de Maria Bail e pelo lado materno de Josef Brandl e Anna Schweinfurter, imigrantes de Eisenstrasse, na Boêmia, que chegaram ao Brasil em 1874 a bordo do Navio Shakespeare. Rodolfo morava com sua família em Campina dos Crispim, no Município de Piên. Foi comerciante e sapateiro. Rodolfo e Catharina tiveram:

1.4.3.1 Ermelino Carlos Giese, casado com Dorita Maria Treml. Pais de:

1.4.3.1.1 Carlos Séris Giese, casado com Janete Teresinha Wolff. Tiveram: Ellen Cristine Giese, Carlos Henrique Giese.

1.4.3.1.2 Sérgio Giese, casado com Dóris Eugênia Welter, com quem teve: Christopher Giese, Soraya Giese, Diogo Giese, Christiane Giese.

1.4.3.2 Laurindo Vitorino Giese, casado com Anita Spitzner. Pais de ao menos:

1.4.3.2.1 Zilda Giese, nascida por volta de 1949 e falecida em 23.06.2005 em Curitiba. Casou-se com Salvador de Souza.

1.4.3.3 Alcides Paulo Giese, casado com Elvira Weiss.

1.4.3.4 Dóris Isolda Giese, nascida em 23.08.1931 em Piên, casada em São Bento do Sul a 06.10.1951 com Herbert Alfredo Fendrich, nascido em 05.04.1930 e falecido em 30.07.2007, filho de Frederico Fendrich Filho e Anna Roesler, neto paterno de Friedrich Fendrich e Catharina Zipperer e materno de Johann Rössler e Amália Preussler.

1.4.4 Paulo Giese, nascido em 06.10.1900 e falecido em 02.08.1975, sendo sepultado no Cemitério Municipal de São Bento do Sul, lado protestante. Casou-se com Anna Mühlbauer, nascida em 24.05.1904 e falecida em 13.11.1992, e com quem teve:

1.4.4.1 Alfredo Raymundo Giese, casado com Melanie Hoffmann. Tiveram: Dolores Giese, Lucinda Giese, Líria Giese, Renato Antônio Giese, Dorly Giese, Ingelore Ana Giese, Neusa Maria Giese, Raymundo Paulo Giese, Janete Teresinha Giese, Lianda Inês Giese, Rogério Luís Giese, Marcelo Rui Giese.

1.4.4.2 Olinda Giese, casada com Afonso Hoffmann.

1.4.4.3 Omilda Giese, casada com Afonso Weihermann. Pais de: Luiz Carlos Weihermann, Renate Weihermann, Aroldo Weihermann, Dario Weihermann, Vera Lúcia Weihermann, Jone Weihermann.

1.4.4.4 Aloísio Giese, casado com Anita Tcha (?). Tiveram: Solange Giese, Estela Giese, Jackson Giese, Edson Giese.

1.4.4.5 Adelina Giese, casada com Aloís Maros, com quem teve: Sueli maros, Eliane Maros, Elisa Maros, Cristiane Maros.

1.4.5 Ernesto Giese, nascido em 27.04.1903 e falecido em 19.04.1980. Casou-se com Francisca Hinz, nascida em 28.09.1905 e falecida em 24.05.1980. Pais de:

1.4.5.1 Isolde Giese, casada com Davi.

1.4.5.2 Reinaldo Giese, casado com Líria.

1.4.5.3 Norma Giese, casado com Jeremias.

1.4.5.4 Erico Giese, casado com Adelina.

1.4.5.5 Teolindo Giese, casado com Cecília.

1.4.5.6 Vanilda Giese, falecida em Curitiba a 15.10.2005, casado com Antônio Seidel.

1.4.5.7 Leopoldo Giese, casado com Alice.

1.4.5.8 Lauro Giese

1.4.5.9 Ervino Giese

1.4.5.10 Waldemar Giese, casado com Cidália.

1.4.6 Frederico Guilherme Giese, nascido em 30.04.1906 e falecido em Piên a 24.04.1968. Casou-se com Maria Bechler, nascida em 14.07.1912 e falecida em 19.05.1978. Frederico foi o primeiro prefeito de Piên, no começo da década de 60. Ganhou em sua homenagem o nome da principal escola daquela cidade.

1.4.7 Ewaldo Giese, que faleceu com 1 ano às 15h de 26.12.1916, vítima de diarréia.

Published in: on 07/02/2008 at 10:38 PM  Comments (2)  

57. Leopoldina Maria de Almeida (1850-?)

Minha tetravó Leopoldina Maria de Almeida foi batizada em São José dos Pinhais a 10.04.1850, tendo como padrinhos Custódio Teixeira da Cruz e sua esposa Maria Luiza de Andrade, de Curitiba. Com pouco mais de 16 anos, se casou na mesma cidade com Generoso Fragoso de Oliveira. Tiveram os seguintes filhos, do que se sabe: Saturnino Fragoso de Oliveira, casado com Joaquina Fragoso Cavalheiro; Pedro; Gregório Rodrigues Fragoso, casado com Francisca Gomes de Lima; Joaquim Rodrigues Fragoso, casado com Francisca Simões; e Ernesto Crescêncio Fragoso, casado com Luiza Simões de Oliveira. No registro de casamento de Saturnino, Leopoldina é chamada de “Leopoldina Maria Callista”, por ser filha de Joaquim Rodrigues de Almeida e Maria Calisto. Com seu marido e filhos, Leopoldina Maria de Almeida se mudou para a região próxima à divisa com Santa Catarina, e que viria a se chamar Fragosos. Seu marido está sepultado no cemitério daquela localidade. Não sabemos quando Leopoldina faleceu, nem se está no mesmo cemitério. Se de fato está, não há lápide que identifique o lugar.
Published in: on 07/02/2008 at 12:11 PM  Deixe um comentário  

56. Generoso Fragoso d’Oliveira (1845-1924)

Meu tetravô Generoso Fragoso de Oliveira nasceu na Villa Nova do Príncipe, a Lapa, onde foi batizado a 02.09.1845, filho de Hermenegildo Rodrigues de Oliveira e Francisca Soares. Mudou-se para São José dos Pinhais, onde os Fragoso ainda tinham parentes. Lá se casou a 12.05.1866 com Leopoldina Maria de Almeida, filha de Joaquim Rodrigues de Almeida e Maria Calisto. Eis a transcrição desse registro, que é o assento nº 14 da página 6v do Livro 6 de casamentos:
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“Aos doze dias do mês de Maio do anno de mil oitocentos e sessenta e seis nesta Villa de São José dos Pinhais e com licença do ……… Reverendo Vigário da Parochia de Curytiba, donde a contrahente hé freguesa e o contrahente da Parochia do Principe, sendo ………. proclamadas e observadas as formalidades do ………, sem impedimento algum em minha presença e das Testemunhas abaixo assignadas Joaquim Calisto de Camargo e o Tenente Francisco Franco Moreira, este morador desta Parochia e aquelle da Cidade de Curytiba, ambos pessoas de mim reconhecidas, meia hora depois do meio dia, por palavras de presente ………. ………. – se receberão em matrimonio Generoso Fragoso d’Oliveira, filho legitimo de Joaquim Rodrigues de Almeida e de Maria Calisto, digo, filho legitimo de Hermenegildo Rodrigues d’Oliveira, já fallecido, e de Francisca Soares, e Leopoldina Maria de Almeida, filha legitima de Joaquim Rodrigues de Almeida e de Maria Calisto. Receberão logo as bencãos nupciaes na forma do Rittual Romano e para constar faço este assento.”
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Assinou com testemunha, além do Tenente Francisco Franco Moreira, o Joaquim Bastos de Lima, a rogo de Joaquim Calisto de Camargo. Como se vê, o padre fez confusão com os nomes do noivo, primeiro dando-lhes os nomes que na verdade eram dos pais da noiva, e em seguida corrigindo. No topo do assento, onde ficam o nome dos noivos, há outra confusão. Lá aparece o nome de Generoso Fragoso d’Oliveira, e abaixo dele o de Hermenegildo Rodrigues d’Oliveira, seu pai, com um risco embaixo. Só abaixo desse é que está o nome da noiva, Leopoldina Maria de Almeida. Isso fez inclusive com que houvesse um equívoco na hora de criarem um índice para os casamentos de São José dos Pinhais, pois ao tratar desse casamento o índice informa que o noivo era Generoso Fragoso d’Oliveira e “a noiva” Hermenegildo Rodrigues d’Oliveira.
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Cópia do registro de casamento de Generoso Fragoso de Oliveira e Leopoldina Maria de Almeida.

Generoso Fragoso de Oliveira é tido pela tradição familiar como o “fundador” da localidade de Fragosos, donde inclusive derivaria o seu nome. De fato, Generoso parece ter sido um dos primeiros moradores daquela região, mas não estava sozinho. Havia com ele muitos outros Fragoso que podem ser considerados os primeiros povoadores. Talvez houvesse alguns que chegaram inclusive antes de Generoso, já que esse, em 1875 batiza um filho na cidade de Araucária. Nada impede que outros membros da família tenham chegado à região antes, vindos da Lapa. De qualquer forma, eram todos tios e primos de Generoso. Também parece que era homem de algum prestígio, tanto que foi homenageado com o nome de uma naquela localidade. Em registros eclesiásticos, aparece por algumas vezes como testemunha ao lado de João Filgueiras de Camargo, o republicano e um dos primeiros vereadores de São Bento, além de prefeito, e que também morava em Fragosos.

O falecimento de Generoso Fragoso de Oliveira ocorreu em 25.06.1924, conforme a lápide de seu túmulo no Cemitério de Fragoso, que também diz ter ele “79 anos”, o que confere com a data que temos do seu batismo. No mesmo túmulo foi sepultado Ernesto Crescêncio Fragoso, seu filho.

Published in: on 06/02/2008 at 11:59 AM  Comments (1)  

Veit Schwedler

Entre os injustiçados da história de São Bento, porque não são mais lembrados, está Veit Schwedler. Sapateiro, filho de Josef Schwedler e Agueda Rösler, era de Dessendor, na Boêmia, e imigrou para o Brasil. Aqui se casou com Maria Scholze. Foi um dos primeiros regentes que teve a Sociedade de Cantores da cidade. Pelo que se apura das atas da sociedade, estudadas pelo meu avô, foi homem de grande prestígio e dedicação pela causa do canto coral na cidade. Por todos os meios tentava fazer com que os outros membros se animassem a participar com mais assiduidade dos ensaios. Não tendo muito resultado, chegou inclusive a renunciar. Convencido a permanecer, Veit sempre se preocupou em dar o máximo de si para o Coral, e naturalmente cobrava o mesmo dos outros. As atas da sociedade contém vários momentos onde se percebe a dedicação de Schwedler. Esse homem acabou ficando doente, e colocou seu cargo de regente à disposição. Começaram então a preparar um substituto, Hugo Schwarz, mas mesmo assim Veit de vez em quando realizava novamente seu trabalho de regente, apesar do seu estado de saúde. Varias vezes se viu obrigado a largar o cargo, e várias vezes voltou. Nesses tempos continuava insistindo para que os coralistas todos participassem mais dos ensaios. Esteve na regência o quanto pôde, até que a doença não mais permitiu, tendo o cargo sido entregue a Hugo Schwarz. Vito Schwedler faleceu em 31.07.1911 com pouco mais de 53 anos. E não há sequer um logradouro público que perpetue a memória desse homem que tanto fez pela cultura de São Bento através do canto coral.
Published in: on 06/02/2008 at 12:57 AM  Comments (1)  

97 Anos do Falecimento de Catharina Brandl

Em 04.02.1911 faleceu minha trisavó Catharina Brandl. Era filha de Josef Brandl e Anna Schweinfurter e foi a segunda esposa de Benedikt Beyerl. Catharina faleceu antes que seu pai, morto em 1917, e deixou seu esposo viúvo pela segunda vez. A mãe de Catharina, Anna Schweinfurter, também faleceu relativamente cedo, contando com cerca de 50 anos, em 1890. Catharina está sepultada no Cemitério Municipal no mesmo túmulo onde se encontram descendentes da família Bail. Mas creio que a data apontada como seu óbito está equivocada naquela lápide, que aponta o ocorrido como 1912. O ano de 1911 é aquele que aparece no livro dos registros de óbitos da Igreja Católica de São Bento, de modo que o cremos legítimo e correto.
Published in: on 04/02/2008 at 12:18 PM  Deixe um comentário  

263 Anos do Casamento de João Soares Fragoso

Em 04.02.1745 se casaram o meu octavô e oncavô João Soares Fragoso com Ignez de Chaves, filha de João de Siqueira Chaves e Joanna Garcia das Neves. Assim como João, também a família de Ignez havia se mudado para Curitiba, onde aconteceu esse casamento. Desse relacionamento nasceriam ao menos os filhos Maria, Margarida, João Francisco de Oliveira, Miguel José de El-Rei e Alexandre Soares de Chaves, esse último natural de Castro e os demais de Curitiba. Não é, no entanto, desse casamento que eu descendo. Meu ancestral se chama Domingos Soares Fragoso e era filho de João Soares Fragoso com a índia Páscoa das Neves, que pertenceu ao seu sogro.
Published in: on 04/02/2008 at 12:11 PM  Comments (2)  

Kaesemodel, Dranka e Fragoso

Descobri recentemente que a esposa de Antônio Kaesemodel, o industrial que faleceu em desastre aéreo em São José dos Pinhais a 16.06.1958, quando também perderam a vida o ex-presidente da República Nereu Ramos, o governador de Santa Catarina Jorge Lacerda, além do deputado federal Leoberto Laus Leal, era casado com Verônica Dranka. Essa sua esposa já havia falecido antes, em 1948, e era filha de Francisco André de Assis Dranka com Francelina Fragoso Cavalheiro, por essa neta de meus tetravós Felippe Soares Fragoso e Flora Lina Cavalheiro.
Published in: on 03/02/2008 at 1:50 PM  Deixe um comentário  

47. Anna Schweinfurter (-1890)

Minha tetravó Anna Schweinfurter era provavelmente da região de Eisenstrasse, na Boêmia. A grafia do seu sobrenome varia conforme os registros. Supomos que essa fosse a grafia correta, no lugar de Weinfalter e Weinfurder. Mas são apenas conjecturas. Casou-se Anna com Josef Brandl, com quem imigrou para o Brasil em 1874 a bordo do Navio Shakespeare. Na lista de passageiros, Anna Schweinfurter aparece com 39 anos, o que daria 1835 como ano de nascimento. Não é essa a data, no entanto, que encontramos no seu registro de óbito. Anna faleceu em São Bento a 15.10.1890, vítima de apoplexia, com 50 anos (1840 como nascimento, portanto). Os registros de óbitos, no entanto, muitas vezes não costumavam ser muito fiéis à idade do falecido. De qualquer forma, não se pode ter certeza ainda do ano em que Anna Schweinfurter nasceu. Depois de viúvo, seu esposo Josef Brandl se casaria novamente, dessa vez com Theresia Grossl.
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Anna e Josef tiveram três filhos, com os quais imigraram ao Brasil: minha trisavô Catharina Brandl, que foi a segunda esposa de Benedikt Beyerl; Anna Brandl, casada com Gaspar Grossl; e Josef Brandl, casado com Anna Seidl.
Published in: on 03/02/2008 at 12:17 PM  Comments (1)  

46. Josef Brandl (1837-1917)

Meu tetravô Josef Brandl nasceu em 1837 na região de Eisenstrass, na Boêmia. Imigrou casado com Anna Schweinfurter (Weinfalter, Weinfurter) e com os filhos Catharina Brandl, Anna Brandl e Josef Brandl. Chegaram em 1874 pelo Navio Shakespeare. Josef Brandl recebeu um lote na Estrada Argolo, no lado oeste. Carlos Ficker, em seu livro sobre São Bento, cita que também recebeu um lote nessa Estrada um certo Johann Brandl. Jamais vimos menção a esse Johann em outros documentos. Não está, por exemplo, em nenhum registro de imigração.
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Em 15.10.1890, Josef Brandl ficou viúvo de minha tetravó Anna Schweinfurter. Em 08.10.1892 casou-se novamente, aos 55 anos, dessa vez com Theresia Grossl, de Hammern, filha de João Grossl e Theresia Linzmeyer, a qual contava com 40 anos. Foi através desse registro que ficamos sabendo o nome dos pais de Josef, chamados Miguel (Michael Brandl) e Margarida (Margareth Mundl).
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Faleceu no dia 02.07.1917, conforme atesta o registro de óbito transcrito abaixo (Livro 5 fls 110 Nº 49).
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“Aos dois dias do mez de (não consta, mas era julho) mil novecentos e dezesete, no distrito de São Bento, em meu cartório compareceu Benedito Bail, lavrador, residente neste Districto, e perante as testemunhas no fim assignadas, declarou que hoje ás 5 horas falleceu em seu próprio domicílio na Estrada Argolo, nesse districto, seu sogro José Brandl, com 80 anos de idade, natural da Áustria, casado com Theresia Grossl, em consequencia de velhice, deixando 3 filhos maiores, tendo de sepultar-se no Cemitério dessa villa, do que para constar faço esse termo que comigo assignam o declarante e as testemunhas. Eu, Roberto Buchmann, escrivão interino, o escrevi.
Assinatura ilegível”
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Esse registro permite algums observações interessantes. Percebe-se que Josef Brandl continuou morando na Estrada Argolo durante toda a sua vida no Brasil, aproximadamente 43 anos. O declarante foi meu trisavô Benedikt Beyerl, que na ocasião já era viúvo duas vezes, e que morava em companhia do sogro, conforme podemos deduzir do assento. Outro fato interessante é que o escrivão afirma que Benedikt assina o termo. Sei das condições humildes dessa família, tanto que em 1928, quando Benedikt faleceu, seu filho não assinou o termo por ser analfabeto. Infelizmente a assinatura está ilegível e não podemos afirmar que se trata mesmo de alguma identificação do Benedikt Beyerl. Desconhecemos quem tenham sido as testemunhas. Josef Brandl morava na sede da vila, e faleceu quando já existia o Cemitério Municipal, no mesmo local que hoje permanece. Estaria esse meu tetravô sepultado lá? Se de fato está, creio que seu nome não aparece em lápide alguma, de modo que já não é mais possível descobrir o lugar exato.
Published in: on 31/01/2008 at 1:41 AM  Comments (3)  

Ainda os Soares Fragoso

Reparei que Antônio Soares Fragoso, que seria sobrinho de Theodoro Soares Fragoso, batizou uma filha em Curitiba em abril de 1828. Em agosto o Theodoro batizou uma filha em São José dos Pinhais. Nada garante ainda, no entanto, que as duas famílias tenham se mudado juntas.
Published in: on 31/01/2008 at 1:37 AM  Comments (1)  

Seguindo os Passos dos Soares Fragoso

Não é fácil tentar reconstruir a história de pessoas que viveram há 200 anos. Mas ao mesmo tempo, é extremamente gratificante toda vez que encontramos uma pequena peça que ajuda a entender melhor o “quebra-cabeça”, e portanto a história de vida dessas pessoas. A pesquisa dos meus Soares Fragoso está recheada dessas pequenas e agradáveis descobertas.
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Eu já sabia que meus antepassados dessa familia eram de Curitiba, e que se mudaram para a Lapa. O que eu ainda não tinha me dado conta foi que antes de ir pra Lapa eles estiveram em São José dos Pinhais.
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Descobri isso primeiro porque encontrei num “Batch Number” do familysearch.org o registro de batismo de uma Virgínia, filha de Manoel Soares e Meciana Maria, no dia 06.03.1829. Os pais são, na verdade, meus ancestrais Manoel Soares Fragoso e Marciana Maria de Marafigo (que aparece em documentos como Marciana, Maximiana, Meciana, Mariana…). Primeiro pensei se tratar de uma outra filha desse casal que eu ainda não tinha o nome. Depois percebi que muito provavelmente houve um erro na transcrição, e Virgínia na verdade era Virgínio. Afinal, não há qualquer registro posterior que ateste a existência de uma Virgínia, enquanto que há um Virgínio Soares Fragoso que se casa duas vezes na Lapa, filho, exatamente, de Manoel Soares Fragoso, e com idade totalmente compatível. Assim sendo, fico sabendo que em 1829 essa família já estava em São José dos Pinhais.
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Eis que então descubro outro registro que havia me escapado. Em São José dos Pinhais, a 24.08.1828, foi batizada Theodora, filha de Theodoro Soares e Feliciana Rodrigues. Esses últimos são os pais de Manoel Soares Fragoso. Ou seja, era uma irmã sua que estava sendo batizada em São José dos Pinhais.
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Manoel Soares Fragoso casou-se em Curitiba no dia 30.05.1826 com Marciana Maria de Marafigo. Na mesma cidade eles batizaram em 14.05.1827 minha tetravó Francisca Soares, mãe do Generoso Fragoso de Oliveira. Foram padrinhos os avós paternos, ou seja, Theodoro Soares Fragoso e Feliciana Rodrigues França.
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O que concluo disso tudo? Que podemos especular uma data muito próxima da mudança dos Soares Fragoso pra São José dos Pinhais! Em maio de 1827 eles estavam em Curitiba e em agosto de 1828 estavam em São José dos Pinhais. A mudança deve ter ocorrido entre esse período bastante pequeno. Não podemos afirmar que Manoel Soares Fragoso também se mudou em 1828 pra lá, já que o primeiro registro de sua passagem é do ano seguinte, 1829. Mas podemos supor, faltando comprovação, que, embora casado, ele se mudou junto com o pai e irmãos para São José dos Pinhais.
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E encontramos outra família Soares Fragoso em São José dos Pinhais no mesmo período. Trata-se do casal Antônio Soares Fragoso e Quitéria Maria Rodrigues Cardoso, que naquela cidade batizaram a filha Joaquina, em 08.09.1829. Ainda não tive oportunidade de comprovar nos arquivos de Curitiba, mas é muito provável que esse Antônio fosse filho de outro Antônio Soares Fragoso e de Floriana de Chaves de Almeida. Esse Antônio era irmão do Theodoro, ambos filhos de Domingos Soares Fragoso e Maria Dias Camacho. Ou seja, o Soares Fragoso que aparece batizando uma filha em São José dos Pinhais no ano de 1829 era sobrinho de Theodoro Soares Fragoso. Teriam se mudado todos juntos? Vieram os dois irmãos com as suas respectivas famílias? Ainda não encontramos registro do Antônio Soares Fragoso “pai” em São José, mas podemos especular a sua moradia nessa localidade. Ele se casou em Curitiba no ano de 1795 e talvez não tenha tido filhos em avançada idade, como teve o Theodoro, e por isso não teria deixado rastros nos livros de São José dos Pinhais. Esse ponto ainda é especulação, embora bem provável, mas que pode ser confirmado em uma consulta mais atenta em maços populacionais.
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Sabemos portanto que de Curitiba os Soares Fragoso foram pra São José dos Pinhais. E quando se mudaram para a Lapa? Em 1836 eles aparecem no “censo” de lá. Em 11.05.1836 Manoel Soares Fragoso teve uma filha batizada na Lapa. De modo que o período que temos para essa mudança ainda é relativamente grande, entre 1829 e 1836. O Manoel teve um filho chamado Pedro Soares Fragoso, que se casou em São José dos Pinhais em 1858, e aparece como tendo 25 anos de idade. Ou seja, teria nascido por volta de 1833. A descoberta do local do registro de batismo dele deve diminuir esse período. Penso que foi São José dos Pinhais mesmo, mas é preciso confirmar.
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Ao que parece, a família continuou mantendo algum tipo de relação com São José dos Pinhais. O Pedro Soares Fragoso, como já foi dito, se casou por lá mesmo. Certamente deve ter acompanhado o pai quando se mudou pra Lapa, e depois de grande voltou pra lá. O Manoel Soares Fragoso deve ter ficado na Lapa mesmo. Em 1846 ele teve o filho Felippe Soares Fragoso, também meu ancestral, batizado naquela cidade.
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Generoso Fragoso de Oliveira, filha de Francisca Soares, foi batizado na Lapa e se casou também em São José dos Pinhais, confirmando que havia relações entre as duas localidades.
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Parece que boa parte da família “sossegou” algum tempo na Lapa (houve um ramo que foi para Rio Negro, e tem uma família Soares Fragoso que ainda não consegui encaixar, mas que era de Campo Largo). Mas já nos primeiros anos da década de 1870 muitos novamente estiveram de mudança, e foram os primeiros, segundo a tradição, a chegar na localidade de “Fragosos”, em Campo Alegre. Outros aproximaram-se também de São Bento, mas pela Estrada Rio Negro.
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Atualmente há muitos Soares Fragoso na região de Canoinhas e outras cidades no norte de Santa Catarina. Não resta dúvida que são todos descendentes do mesmo ramo, todos têm como antepassados o paulista João Soares Fragoso, a índia Páscoa das Neves, e o mameluco Domingos Soares Fragoso, além da exposta Maria Dias Camacho.
Published in: on 30/01/2008 at 10:16 PM  Comments (2)  

125 Anos do Casamento de Felippe Soares Fragoso

No dia 30.01.1883 meu tetravô Felippe Soares Fragoso casou-se pela segunda vez. Ele era filho de Manoel Soares Fragoso e Marciana Maria de Marafigo e havia ficado viúvo de minha tetravó Flora Lina Cavalheiro, filha de João Florido Cavalheiro e Eduvirgens de Pontes Maciel. Esse segundo casamento, também acontecido na Lapa, foi com Anna Muniz de Santana, nascida naquela cidade no dia 10.01.1852, filha de Manoel Joaquim de Santana e Felisbina Maria Muniz. Desconheço se houve descendentes desse relacionamento. Com a primeira esposa, Felippe teve ao menos três filhas.
Published in: on 30/01/2008 at 12:27 PM  Deixe um comentário  

45. Maria Beyerl

Minha tetravó Maria Beyerl era da Boêmia. Isso é tudo que podemosa afirmar. Não foi casada com meu tetravô, de modo que não sabemos o nome dele. Não temos, portanto, o número 44 na árvore de costado. Conta a história que Maria Beyerl faleceu cedo, deixando órfão e largado no mundo meu trisavô Benedikt Beyerl e sua irmã Bárbara Beyerl. Não sabemos no entanto as circunstâncias em que isso se deu, nem como se viraram os irmãos. Talvez houvesse outros além dos dois.
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O registro de imigração de Beneditk Beyerl aponta que ele era de Haidl, na Boêmia. Também é essa a aldeia que aparece como a procedência de Bárbara. O nome dela seria na verdade Haidl Am Ahornberg. Hoje, essa vila tem o nome tcheco de Zhůří. Sabemos que contava com a seguinte população e o seguinte número de residências:
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1910: 599 habitantes e 79 casas.
1921: 598 habitantes e 77 casas.
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Zhůří, em foto de Vlastimil Hmorada, disponível no site http://www.zanikleobce.cz. Benedikt e Barbara Beyerl declaram ser dessa aldeia.
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No primeiro casamento de Benedikt, ele declara novamente ser de Haidl. Mas no segundo, em 1886 com minha trisavó Catharina Brandl, há uma versão diferente. Nessa, ele diz ser de Holzachlag, e que ainda foi batizado em Gutwasser. Holzachlag é a atual Paseka, e fica a 3.3 km de Zhůří. Contava com a seguinte população:
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1910 – 172 habitantes, 8 casas
1921 – 9 casas
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Percebe-se que Haidl era maior que Holzachlag, de modo que podemos especular que Benedikt declarava ser de Haidl por essa ser de mais fácil identificação. E além do que, a distância não era quase nada, apenas pouco mais de 3 km. Já Gutwasser, ficava a 5.7 km de Holzachalg. Hoje, essa aldeia se chama Dobrá Voda.
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Essa região toda deve ser o berço da família Beyerl, descendentes de Maria Beyerl, que imigraram para o Brasil. O nome do pai dificilmente será descoberto. Benedikt Beyerl casou-se com Maria Neppel, e em segundas núpcias, como foi dito, com Catharina Brandl, de Eisenstrass. Barbara Beyerl, que creio ser mais velha, imigrou casada com Franz Pöschl, também de Eisenstrasse.
Published in: on 27/01/2008 at 4:36 PM  Deixe um comentário