46. Josef Brandl (1837-1917)

Meu tetravô Josef Brandl nasceu em 1837 na região de Eisenstrass, na Boêmia. Imigrou casado com Anna Schweinfurter (Weinfalter, Weinfurter) e com os filhos Catharina Brandl, Anna Brandl e Josef Brandl. Chegaram em 1874 pelo Navio Shakespeare. Josef Brandl recebeu um lote na Estrada Argolo, no lado oeste. Carlos Ficker, em seu livro sobre São Bento, cita que também recebeu um lote nessa Estrada um certo Johann Brandl. Jamais vimos menção a esse Johann em outros documentos. Não está, por exemplo, em nenhum registro de imigração.
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Em 15.10.1890, Josef Brandl ficou viúvo de minha tetravó Anna Schweinfurter. Em 08.10.1892 casou-se novamente, aos 55 anos, dessa vez com Theresia Grossl, de Hammern, filha de João Grossl e Theresia Linzmeyer, a qual contava com 40 anos. Foi através desse registro que ficamos sabendo o nome dos pais de Josef, chamados Miguel (Michael Brandl) e Margarida (Margareth Mundl).
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Faleceu no dia 02.07.1917, conforme atesta o registro de óbito transcrito abaixo (Livro 5 fls 110 Nº 49).
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“Aos dois dias do mez de (não consta, mas era julho) mil novecentos e dezesete, no distrito de São Bento, em meu cartório compareceu Benedito Bail, lavrador, residente neste Districto, e perante as testemunhas no fim assignadas, declarou que hoje ás 5 horas falleceu em seu próprio domicílio na Estrada Argolo, nesse districto, seu sogro José Brandl, com 80 anos de idade, natural da Áustria, casado com Theresia Grossl, em consequencia de velhice, deixando 3 filhos maiores, tendo de sepultar-se no Cemitério dessa villa, do que para constar faço esse termo que comigo assignam o declarante e as testemunhas. Eu, Roberto Buchmann, escrivão interino, o escrevi.
Assinatura ilegível”
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Esse registro permite algums observações interessantes. Percebe-se que Josef Brandl continuou morando na Estrada Argolo durante toda a sua vida no Brasil, aproximadamente 43 anos. O declarante foi meu trisavô Benedikt Beyerl, que na ocasião já era viúvo duas vezes, e que morava em companhia do sogro, conforme podemos deduzir do assento. Outro fato interessante é que o escrivão afirma que Benedikt assina o termo. Sei das condições humildes dessa família, tanto que em 1928, quando Benedikt faleceu, seu filho não assinou o termo por ser analfabeto. Infelizmente a assinatura está ilegível e não podemos afirmar que se trata mesmo de alguma identificação do Benedikt Beyerl. Desconhecemos quem tenham sido as testemunhas. Josef Brandl morava na sede da vila, e faleceu quando já existia o Cemitério Municipal, no mesmo local que hoje permanece. Estaria esse meu tetravô sepultado lá? Se de fato está, creio que seu nome não aparece em lápide alguma, de modo que já não é mais possível descobrir o lugar exato.
Published in: on 31/01/2008 at 1:41 AM  Comments (3)  

Ainda os Soares Fragoso

Reparei que Antônio Soares Fragoso, que seria sobrinho de Theodoro Soares Fragoso, batizou uma filha em Curitiba em abril de 1828. Em agosto o Theodoro batizou uma filha em São José dos Pinhais. Nada garante ainda, no entanto, que as duas famílias tenham se mudado juntas.
Published in: on 31/01/2008 at 1:37 AM  Comments (1)  

Seguindo os Passos dos Soares Fragoso

Não é fácil tentar reconstruir a história de pessoas que viveram há 200 anos. Mas ao mesmo tempo, é extremamente gratificante toda vez que encontramos uma pequena peça que ajuda a entender melhor o “quebra-cabeça”, e portanto a história de vida dessas pessoas. A pesquisa dos meus Soares Fragoso está recheada dessas pequenas e agradáveis descobertas.
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Eu já sabia que meus antepassados dessa familia eram de Curitiba, e que se mudaram para a Lapa. O que eu ainda não tinha me dado conta foi que antes de ir pra Lapa eles estiveram em São José dos Pinhais.
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Descobri isso primeiro porque encontrei num “Batch Number” do familysearch.org o registro de batismo de uma Virgínia, filha de Manoel Soares e Meciana Maria, no dia 06.03.1829. Os pais são, na verdade, meus ancestrais Manoel Soares Fragoso e Marciana Maria de Marafigo (que aparece em documentos como Marciana, Maximiana, Meciana, Mariana…). Primeiro pensei se tratar de uma outra filha desse casal que eu ainda não tinha o nome. Depois percebi que muito provavelmente houve um erro na transcrição, e Virgínia na verdade era Virgínio. Afinal, não há qualquer registro posterior que ateste a existência de uma Virgínia, enquanto que há um Virgínio Soares Fragoso que se casa duas vezes na Lapa, filho, exatamente, de Manoel Soares Fragoso, e com idade totalmente compatível. Assim sendo, fico sabendo que em 1829 essa família já estava em São José dos Pinhais.
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Eis que então descubro outro registro que havia me escapado. Em São José dos Pinhais, a 24.08.1828, foi batizada Theodora, filha de Theodoro Soares e Feliciana Rodrigues. Esses últimos são os pais de Manoel Soares Fragoso. Ou seja, era uma irmã sua que estava sendo batizada em São José dos Pinhais.
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Manoel Soares Fragoso casou-se em Curitiba no dia 30.05.1826 com Marciana Maria de Marafigo. Na mesma cidade eles batizaram em 14.05.1827 minha tetravó Francisca Soares, mãe do Generoso Fragoso de Oliveira. Foram padrinhos os avós paternos, ou seja, Theodoro Soares Fragoso e Feliciana Rodrigues França.
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O que concluo disso tudo? Que podemos especular uma data muito próxima da mudança dos Soares Fragoso pra São José dos Pinhais! Em maio de 1827 eles estavam em Curitiba e em agosto de 1828 estavam em São José dos Pinhais. A mudança deve ter ocorrido entre esse período bastante pequeno. Não podemos afirmar que Manoel Soares Fragoso também se mudou em 1828 pra lá, já que o primeiro registro de sua passagem é do ano seguinte, 1829. Mas podemos supor, faltando comprovação, que, embora casado, ele se mudou junto com o pai e irmãos para São José dos Pinhais.
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E encontramos outra família Soares Fragoso em São José dos Pinhais no mesmo período. Trata-se do casal Antônio Soares Fragoso e Quitéria Maria Rodrigues Cardoso, que naquela cidade batizaram a filha Joaquina, em 08.09.1829. Ainda não tive oportunidade de comprovar nos arquivos de Curitiba, mas é muito provável que esse Antônio fosse filho de outro Antônio Soares Fragoso e de Floriana de Chaves de Almeida. Esse Antônio era irmão do Theodoro, ambos filhos de Domingos Soares Fragoso e Maria Dias Camacho. Ou seja, o Soares Fragoso que aparece batizando uma filha em São José dos Pinhais no ano de 1829 era sobrinho de Theodoro Soares Fragoso. Teriam se mudado todos juntos? Vieram os dois irmãos com as suas respectivas famílias? Ainda não encontramos registro do Antônio Soares Fragoso “pai” em São José, mas podemos especular a sua moradia nessa localidade. Ele se casou em Curitiba no ano de 1795 e talvez não tenha tido filhos em avançada idade, como teve o Theodoro, e por isso não teria deixado rastros nos livros de São José dos Pinhais. Esse ponto ainda é especulação, embora bem provável, mas que pode ser confirmado em uma consulta mais atenta em maços populacionais.
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Sabemos portanto que de Curitiba os Soares Fragoso foram pra São José dos Pinhais. E quando se mudaram para a Lapa? Em 1836 eles aparecem no “censo” de lá. Em 11.05.1836 Manoel Soares Fragoso teve uma filha batizada na Lapa. De modo que o período que temos para essa mudança ainda é relativamente grande, entre 1829 e 1836. O Manoel teve um filho chamado Pedro Soares Fragoso, que se casou em São José dos Pinhais em 1858, e aparece como tendo 25 anos de idade. Ou seja, teria nascido por volta de 1833. A descoberta do local do registro de batismo dele deve diminuir esse período. Penso que foi São José dos Pinhais mesmo, mas é preciso confirmar.
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Ao que parece, a família continuou mantendo algum tipo de relação com São José dos Pinhais. O Pedro Soares Fragoso, como já foi dito, se casou por lá mesmo. Certamente deve ter acompanhado o pai quando se mudou pra Lapa, e depois de grande voltou pra lá. O Manoel Soares Fragoso deve ter ficado na Lapa mesmo. Em 1846 ele teve o filho Felippe Soares Fragoso, também meu ancestral, batizado naquela cidade.
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Generoso Fragoso de Oliveira, filha de Francisca Soares, foi batizado na Lapa e se casou também em São José dos Pinhais, confirmando que havia relações entre as duas localidades.
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Parece que boa parte da família “sossegou” algum tempo na Lapa (houve um ramo que foi para Rio Negro, e tem uma família Soares Fragoso que ainda não consegui encaixar, mas que era de Campo Largo). Mas já nos primeiros anos da década de 1870 muitos novamente estiveram de mudança, e foram os primeiros, segundo a tradição, a chegar na localidade de “Fragosos”, em Campo Alegre. Outros aproximaram-se também de São Bento, mas pela Estrada Rio Negro.
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Atualmente há muitos Soares Fragoso na região de Canoinhas e outras cidades no norte de Santa Catarina. Não resta dúvida que são todos descendentes do mesmo ramo, todos têm como antepassados o paulista João Soares Fragoso, a índia Páscoa das Neves, e o mameluco Domingos Soares Fragoso, além da exposta Maria Dias Camacho.
Published in: on 30/01/2008 at 10:16 PM  Comments (2)  

125 Anos do Casamento de Felippe Soares Fragoso

No dia 30.01.1883 meu tetravô Felippe Soares Fragoso casou-se pela segunda vez. Ele era filho de Manoel Soares Fragoso e Marciana Maria de Marafigo e havia ficado viúvo de minha tetravó Flora Lina Cavalheiro, filha de João Florido Cavalheiro e Eduvirgens de Pontes Maciel. Esse segundo casamento, também acontecido na Lapa, foi com Anna Muniz de Santana, nascida naquela cidade no dia 10.01.1852, filha de Manoel Joaquim de Santana e Felisbina Maria Muniz. Desconheço se houve descendentes desse relacionamento. Com a primeira esposa, Felippe teve ao menos três filhas.
Published in: on 30/01/2008 at 12:27 PM  Deixe um comentário  

45. Maria Beyerl

Minha tetravó Maria Beyerl era da Boêmia. Isso é tudo que podemosa afirmar. Não foi casada com meu tetravô, de modo que não sabemos o nome dele. Não temos, portanto, o número 44 na árvore de costado. Conta a história que Maria Beyerl faleceu cedo, deixando órfão e largado no mundo meu trisavô Benedikt Beyerl e sua irmã Bárbara Beyerl. Não sabemos no entanto as circunstâncias em que isso se deu, nem como se viraram os irmãos. Talvez houvesse outros além dos dois.
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O registro de imigração de Beneditk Beyerl aponta que ele era de Haidl, na Boêmia. Também é essa a aldeia que aparece como a procedência de Bárbara. O nome dela seria na verdade Haidl Am Ahornberg. Hoje, essa vila tem o nome tcheco de Zhůří. Sabemos que contava com a seguinte população e o seguinte número de residências:
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1910: 599 habitantes e 79 casas.
1921: 598 habitantes e 77 casas.
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Zhůří, em foto de Vlastimil Hmorada, disponível no site http://www.zanikleobce.cz. Benedikt e Barbara Beyerl declaram ser dessa aldeia.
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No primeiro casamento de Benedikt, ele declara novamente ser de Haidl. Mas no segundo, em 1886 com minha trisavó Catharina Brandl, há uma versão diferente. Nessa, ele diz ser de Holzachlag, e que ainda foi batizado em Gutwasser. Holzachlag é a atual Paseka, e fica a 3.3 km de Zhůří. Contava com a seguinte população:
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1910 – 172 habitantes, 8 casas
1921 – 9 casas
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Percebe-se que Haidl era maior que Holzachlag, de modo que podemos especular que Benedikt declarava ser de Haidl por essa ser de mais fácil identificação. E além do que, a distância não era quase nada, apenas pouco mais de 3 km. Já Gutwasser, ficava a 5.7 km de Holzachalg. Hoje, essa aldeia se chama Dobrá Voda.
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Essa região toda deve ser o berço da família Beyerl, descendentes de Maria Beyerl, que imigraram para o Brasil. O nome do pai dificilmente será descoberto. Benedikt Beyerl casou-se com Maria Neppel, e em segundas núpcias, como foi dito, com Catharina Brandl, de Eisenstrass. Barbara Beyerl, que creio ser mais velha, imigrou casada com Franz Pöschl, também de Eisenstrasse.
Published in: on 27/01/2008 at 4:36 PM  Deixe um comentário  

A Família Herdina

Meu trisavô Friedrich Fendrich foi padrinho de algumas crianças em São Bento, conforme atestam os registros eclesiásticos da Igreja Católica da cidade. Uma delas esconde um história triste. No dia 12.02.1885, foi batizada Bertha, filha de Anton Herdina e Julie Löffler (Scheffel nesse registro). Esse casal veio ao Brasil no ano de 1877, a bordo do Valparaíso. Ele era operário, segundo as listas de passageiros, e natural de Plauschütz, na Boêmia, enquanto que sua esposa era de Maffersdorf. Vieram com a filha Antônia, e no Brasil tiveram ainda as filhas Anna e Maria, além da Bertha de quem estamos tratando. Friedrich Fendrich foi padrinho de batismo de Bertha, junto com Bertha Gunlatsch, vindo daí, naturalmente, o nome da recém-nascida. Não pude estabelecer ainda qual era o relacionamento existente entre os Fendrich e os Herdina, que moravam afastados do núcleo central, onde morava Friedrich. Os registros apontam Estrada dos Banhados e Estrada Bismarck como residência dos Herdina. De qualquer forma, o fato é que Friedrich foi padrinho dessa criança.
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Mas um registro datado de pouco mais de um mês depois, a 25.03.1885 torna essa história trágica. Foi o dia em que se enforcou Julie Löffler, a “comadre” de Friedrich, em sua casa em Bechelbronn, hoje Rio Vermelho. A filha Bertha havia sido batizada no mesmo dia que nasceu, de modo que estava com pouco mais de um mês de vida quando Julie se suicidou. Por que teria feito isso? Há alguma relação com o pós-parto? São coisas que os documentos já não nos permitem dizer, e perguntas que ficarão para sempre sem comprovação. A pequena Bertha ficou órfã sem ter tempo de conhecer a mãe.
Published in: on 26/01/2008 at 12:15 AM  Deixe um comentário  

102 Anos do Falecimento de Frederico Fendrich

Meu trisavô Frederico Fendrich faleceu em São Bento no dia 24.01.1906. Certamente a família Fendrich ainda estava enlutada pelo falecimento de Catharina Zipperer, esposa de Frederico, no dia 18.12.1905, quando próprio Frederico acaba falecendo. Ambos estão sepultados no Cemitério Municipal de São Bento. Frederico Fendrich está no mesmo túmulo que seu filho, também Frederico Fendrich, e a esposa desse, Anna Roesler.
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As autoridades competentes ainda não levaram adiante a idéia, tão desejada pelo meu avô, de que fosse construído um busto em homenagem a Frederico Fendrich no local da primeira escola de São Bento, na qual foi ele o primeiro professor, embora na realidade fosse sapateiro. As aulas que ministrava eram apenas em alemão, de modo que encontrou resistência dos imigrantes poloneses, que se recusavam a mandar seus filhos para uma escola que não ensinasse na língua deles. Frederico dividiu o ofício de sapateiro com o de professor por quase três anos, entre 1876-1879.
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Como abordei em post anterior, a origem de Frederico ainda é um mistério. Embora através do registro de batismo da filha Amália Fendrich fiquemos sabendo que era natural de “Lomnitz, perto de Hoshin”, ainda não nos foi possível identificar qualquer família Fendrich que tenha vivido nesses lugares. Sabe-se apenas que Frederico se mudou para Viena, onde se casou com Catharina Zipperer. Esse registro talvez tenha alguma informação adicional.
Published in: on 25/01/2008 at 11:58 AM  Deixe um comentário  

113 Anos do Casamento de Saturnino Fragoso

No dia 22.01.1895 se casaram meus trisavós Saturnino Fragoso de Oliveira e Joaquina Fragoso Cavalheiro. Houve dispensa no impedimento de consangüinidade, já que os dois eram parentes. Saturnino era filho de Generoso Fragoso de Oliveira e Leopoldina Maria de Almeida, e neto paterno de Hermenegildo Rodrigues de Oliveira e Francisca Soares, por essa bisneto de Manoel Soares Fragoso e Marciana Maria de Marafigo. Já Joaquina era filha de Felippe Soares Fragoso e Flora Lina Cavalheiro, e neta paterna dos mesmos Manoel Soares Fragoso e sua esposa Marciana Maria de Marafigo. Em outras palavras, Saturnino Fragoso de Oliveira se casou com uma prima de seu pai. Tenho apenas dois nomes de filhos para esse casal, que provavelmente teve mais. Não tenho ainda datas de batismo. O registro de casamento informa que eram naturais da Paróquia de Rio Negro, que na época englobava também Piên.
Published in: on 25/01/2008 at 11:52 AM  Deixe um comentário  

43. Wilhemine Witt (1849-1924)

Minha tetravó Wilhelmine Witt nasceu provavelmente na região de Eichstedt, na Prússia, por volta de 1849. Era filha de Michael Witt e Relina Witt. Suspeito que a família era protestante. Casou-se com Friedrich Labenz, como quem imigrou para o Brasil a bordo do Navio Bahia no ano de 1876. Esse casal teve ao mnos cinco filhas: Ida Bertha Labenz (1874-1934), casada com meu trisavô Karl Giese; Emilie Labenz (1876-?); Alma Ottília Labenz (1878-?); Hedwiges Agnes (1889-?) e Maria Augusta Labenz (1886-?). Das três filhas batizadas no Brasil, duas foram batizadas católicas (Alma e Maria), enquanto que a outra (Hedwiges) foi batizada protestante, o que reforça a idéia de ser essa a religião professada pela família Witt. Wilhemine Witt morou com o esposo na Estrada Wunderwald, e depois se mudaram para a Estrad Bismarck, onde faleceu, conforme o registro de óbito civil transcrito abaixo:
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“Aos cinco dias do mez de junho de mil novecentos e vinte e quatro, nesta Villa de S. Bento, Estado de Santa Catarina, em meu cartório compareceu João Hillebrandt, inspetor policial da Estrada Bismarck, e perante as testemunhas abaixo assignadas declarou que no dia de hoje, ás sete horas, falleceu em o domicilio de Frederico Labanz, á dita Estrada Bismarck, a mulher deste último, de nome Guilhermina Labanz, em consequencia de pneumonia, com 76 anos de idade, sendo natural da Alemanha, de profissão doméstica, côr branca, filha legítima de Miguel Witt e Relina Witt, domiciliada e residente á dita Estrada Bismarck, falleceu sem assistência médica, não deixou bens; vae ser sepultada no Cemitério Público dessa vila, do que para constar lavrei o presente termo, que vai devidamente assignado. Eu, Erico Bollmann, Oficial do Registro Civil, o escrevi e também assigno.
Erico Bollmann, Johann Hildebrandt, Adolfo Weber, Mário Scheide”
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Wilhelmine Witt faleceu pouco mais de um ano antes que seu esposo. Esse registro é a única fonte pela qual sabemos o nome de seus pais, embora com algumas dúvidas. Há famílias Witt protestantes que vieram para São Bento, inclusive a de um Michael Witt, mas que não deve ser o mesmo que foi pai de Wilhelmine. O nome “Relina” é realmente uma incógnita no alemão. Não se sabe a qual nome equivalia.
Published in: on 23/01/2008 at 10:22 PM  Deixe um comentário  

Trabalhos Sobre a Escravidão no Paraná

Há muitos trabalhos acadêmicos sobre temas históricos disponíveis para consulta na internet. Seguem alguns sobre escravidão. Para baixar é preciso ter o Adobe.
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Casamento e Desiguldade Jurídica – Primeiras Notas de um Estudo em uma área da região paulista no período colonial – Cacilda Machado http://historia_demografica.tripod.com/bhds/bhd27/cacildasm.pdf
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Sobre a Cor dos Escravos e dos Pobres Livres da Freguesia de São José dos Pinhais – Cacilda Machado http://www.rj.anpuh.org/Anais/2006/conferencias/Cacilda%20Machado.pdf
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Compadrios de Escravos e Paternalismo em São José dos Pinhais – Cacilda Machado http://www.rj.anpuh.org/Anais/2006/conferencias/Cacilda%20Machado.pdf
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Casamento e Compadrio – Estudo sobre relações sociais entre livres, libertos e escravos na passagem do Século XVIII para o XIC (São José dos Pinhais) – Cacilda Machado http://www.abep.nepo.unicamp.br/site_eventos_abep/PDF/ABEP2004_134.pdf
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Escravos e Africanos no Paraná, 1853-1888 – Luiz Geraldo Silva http://www.pr.gov.br/arquivopublico/pdf/escravidao_luiz_geraldo.pdf
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Um Stablishment Escravo? A Irmandade de Nossa Senhora do Rosário de Curitiba (1793-1801) – Carlos A. M. Lima
http://www.unicamp.br/fef/publicacoes/conexoes/v1n1/8stablishmentescravo.pdf
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Donos de terra e escravos no Paraná: padrões e hierarquias nas primeiras décadas do século XIX – Horacio Gutiérrez http://www.scielo.br/pdf/his/v25n1/a05v25n1.pdf
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Sobre as Posses de Cativos e o Mercado de Escravos em Castro (1824-1835): Perspectivas a partir da Análise de Listas Nominativas – Carlos A. M. Lima http://www.abphe.org.br/congresso2003/Textos/Abphe_2003_77.pdf
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Relações entre senhores e escravos em área voltada para o abastecimento interno – Guarapuava Século XIX – Fernando Franco Netto http://snh2007.anpuh.org/resources/content/anais/Fernando%20Franco%20Netto.pdf
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Compadrio e Escravidão em Guarapuava no Século XIX – Fernando Franco Nettohttp://www.labhstc.ufsc.br/poa2005/24.pdf
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Estrutura da posse de cativos no Paraná e em Minas Gerais (1872-1875) – Renato Leite Marcondes http://www.abep.nepo.unicamp.br/site_eventos_abep/PDF/ABEP2004_338.pdf
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Família Escrava e Liberta no Final do Século XIX – autor ??? http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2006/docspdf/ABEP2006_85.pdf
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A Distante Voz do Dono – A Família Escrava em Fazendas de Absenteístas de Curitiba (1797) e Castro (1835) – Carlos A. M. Lima e Kátia A. V. de Melo
http://www.afroasia.ufba.br/pdf/31_1_distantes.PDF
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A Propriedade de Escravos em Guarapuava no século XIX – Fernando Franco Netto http://www.labhstc.ufsc.br/pdf2007/24.24.pdf
Published in: on 19/01/2008 at 11:50 PM  Deixe um comentário  

Mistérios da Família Zipperer II

Não bastasse as confusões já citadas no tópico anterior, ainda temos a informação de que no registro de casamento de Anton Zipperer, em 1847 com Elisabeth Mischeck, ele aparece como filho de Jakob Zipperer. Isso vai de encontro com a genealogia apontada no livro de Josef Blau, o qual diz que os irmãos Anton e Georg eram filhos de Adam Zipperer e netos desse Jakob Zipperer.
Published in: on 19/01/2008 at 11:37 PM  Deixe um comentário  

Mistérios da Família Zipperer

Há ainda algumas dúvidas na história da Família Zipperer, que não são resolvidas com o livro de Josef Zipperer nem com as anotações de Jorge Zipperer (e muitos menos, com o livro do José Kormann). A primeira dessas dúvidas é até mais simples, e se refere à diferença da idade que os Zipperer declaram na lista de passageiros e a idade que tinha realmente. Anton Zipperer diz ter 47 anos em 1873, quando na verdade já tinha 60. Também a sua esposa Elisabeth Mischeck declara idade menor (40, quando tinha 51). A idade para os filhos, no entanto, permanece correta. Uma das hipóteses levantadas é a de que ao parecer mais novos poderiam conseguir mais benefícios e facilidades para imigrar. Mas não é algo que possamos ter certeza. Também Georg Zipperer, apontado como irmão de Anton Zipperer, aparece com idade diversa da verdadeira.
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Outro mistério é com relação a mãe de Anton Zipperer. Os livros apontam que Anton era irmão de Georg, e que eram filhos de Adam Zipperer, o qual faleceu em 1820. A esposa de Adam não teria se casado de novo. No entanto, não se sabe o nome dela. O “Bayern in Brasilien”, do Josef Blau, descreve passagens muito interessantes a respeito de Anton Zipperer e sua relação com a mãe, mas sem nomeá-la.
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No entanto, nos livros da Igreja Católica de São Bento encontrei um registro pra lá de interessante. Georg Zipperer, irmão de meu tetravô Anton Zipperer, se casou com Anna Trojan, minha tetravó por outro ramo. Era o quarto casamento de Georg Zipperer (foi casado com uma Anna Bäumer, ainda na Boêmia; com uma Cecília, com quem imigrou e a qual logo faleceu; e com Magdalena Zipperer, certamente parente, viúva de Wenzel Pscheidt). Anna Trojan, por sua vez, era viúva de meu tetravô Wenzel Hannusch, com quem imigrou em 1877. E nesse registro, os pais de George/Jorge Zipperer aparecem como Jorge Zipperer e Anna Augustin. Como várias fontes mostram que George e Anton eram irmãos, então supõe-se que eram esses também os pais de Anton Zipperer. Mas aí pairam algumas questões.
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Anton Zipperer era filho de Adam Zipperer, não de George Zipperer, como afirma esse registro mencionado. Pode-se supor, no entanto, que o padre equivocou-se, e no lugar do nome do pai colocou o mesmo nome do noivo, também Georg Zipperer. Nesse caso, suporíamos também que o nome de Anna Augustin estaria certo e que essa era de fato a mãe dos imigrantes Zipperer. Mas aí chegamos na questão da idade declarada. Georg Zipperer aparece como tendo 76 anos em 1897, o que daria 1821 como ano de seu nascimento. Só que pelo livro do Blau sabemos que Adam Zipperer faleceu em 1820! De modo que se de fato Anton e Georg são irmãos filhos de Adam, uma das datas necessariamente está equivocada. Isso supõe, novamente, o erro do padre ao dizer que George é filho de outro George.
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No capítulo de Blau referente ao casamento de Josef Zipperer, lemos que esse foi procurar seu “primo” (VETTER) George Zipperer para ajudá-lo. Josef casou-se com Anna Maria Pscheidt, a qual tinha por madrasta Magdalena Zipperer, recém-viúva. Queriam os dois desposarem ao mesmo tempo. Mas logo em seguida, lemos que que Georg Zipperer era chamado de “Zipperer Grande”, para diferenciá-lo de seu irmão, o pai de Josef, que era o “Zipperer Pequeno”. De modo que novamente, tudo leva a crer que realmente Anton e Georg eram irmãos, apesar de Josef Zipperer ter chamado seu tio de primo, e apesar do registro de casamento citado acima apontar nome diferente.
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O que talvez esclarecesse tanta confusão seria uma consulta ao registro de casamento de Georg Zipperer com Magdalena Zipperer, em abril de 1877. Esse assento, se de fato ainda existe, como o cremos, encontra-se em Joinville. Os primeiros casamentos de São Bento do Sul foram registrados nos livros daquela cidade. Lá está, por exemplo, o registro de meu trisavô Benedikt Beyerl, apontado como o primeiro casamento boêmio de São Bento (curiosamente, o padre também se equivoca nesse registro, colocando o nome do noivo quando era pra ser o nome dos pais). Caso esse registro do terceiro casamento de Georg Zipperer aponte novamente que ele era filho de um Georg Zipperer, iremos crer cegamente nisso. Afinal, dois erros iguais nessa situação seriam praticamente impossíveis. Se, por outro lado, aparecer como filho de Adam Zipperer, e ainda da mesma Anna Augustin citada no registro de seu quarto casamento, o mistério terminará.
Published in: on 19/01/2008 at 6:43 PM  Comments (3)  

42. Friedrich Labenz (1847-1925)

Meu tetravô Friedrich Labenz nasceu na região de Eichstedt, na Prússia. De lá imigrou para o Brasil em 1876 com a esposa Wilhelmine Witt, filha de Michael Witt e Relina, além de suas filhas. O navio que os trouxe foi o Bahia, que saiu do porto de Hamburgo no dia 19.10.1876 e chegou em São Francisco do Sul no dia 23.11.1876.
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Nos primeiros anos, moraram na Estrada Wunderwald. Posteriormente, se mudaram para a Estrada Bismarck, onde permaneceram. Quando Wilhelmine Witt faleceu, em 1924, seu esposo Friedrich Labenz mudou-se para a companhia de uma das filhas, casada com Bertholdo Feix, que morava na Estrada Dona Francisca.
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Junto de sua esposa, Friedrich Labenz foi padrinho de batismo de Emma Emilie Greinert, batizada protestante no dia 19.02.1888. Essa família Greinert morava também na Estrada Bismarck.
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Curiosamente, existem vários registros protestantes em que membros da família Labenz aparecem como testemunhas ou padrinhos. A informação presente na lista de passageiros, confirmada pelo batizado de três filhas, é a de que era família católica. A Prússia era, em sua maioria, protestante. Talvez o que explique isso, a ser confirmado documentalmente, seria o fato de Wilhelmine Witt ser protestante, enquanto que Friedrich Labenz seria católico. Por enquanto é apenas hipótese, mas ganha força quando vemos que as três famílias Witt que vieram para São Bento, todas da Prússia, eram protestantes. A própria Ida Bertha Labenz, filha de Friedrich Labenz, aparece como madrinha de uma criança protestante de uma dessas outras famílias Witt. Ida, minha trisavó, também casou-se protestante, com Karl Giese. Mas Alma Ottília, Maria Augusta e Hedwiges Agnes, irmãs de Ida, foram batizadas católicas.
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Friedrich Labenz faleceu em 13.11.1925, conforme atesta o registro de óbito civil transcrito abaixo, de acordo com o Livro 7 fls 34 Nº 73:
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“Aos catorze dias do mez de Novembro de mil novecentos e vinte e cinco, nesta villa de São Bento, Estado de Santa Catarina, em meu cartório compareceu Bertholdo Feix, e perante as testemunhas abaixo assignadas declarou que no dia de ontem ás 21 horas falleceu em seu domicilio, á estrada D. Francisca, nesse districto, o sogro delle, declarante, de nome Frederico Labenz, vítima de fraqueza cardíaca, com 78 anos de idade, sendo natural da Alemanha, de cor branca, profissão lavrador, viúvo de Guilhermina Labenz, de filiação ignorada, residia á dita Estrada Dona Francisca, tendo fallecido sem assistencia médica, não deixa bens, vai ser sepultado no cemitério público desta Villa, do que para constar, lavrei o presente termo que vai devidamente assignado. Eu, Erico Bollmann, Official do Registro Civil, o escrevi e também assigno.
Erico Bollmann, Berthold Feix, Paulo Jakusch, Miguel Liebl”
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Como se vê, o registro aponta que era de filiação ignorada, de modo que não tem sido possível avançar na genealogia dos Labenz.
Published in: on 19/01/2008 at 12:01 PM  Deixe um comentário  

40. Johann Karl Giese (1828-) 41. Emilie Wegner (1828-)

Meus tetravós Johann Karl Giese e Emilie Wegner eram naturais de Regenwald, na Pomerânia, e embarcaram para o Brasil a bordo do navio Henry Knight. Sairam do porto de Hamburgo no dia 25.10 ou 05.11.1872 e chegaram no porto de São Francisco do Sul em 30.12.1872. Ou seja, passaram o Natal em alto-mar. Nasceram ambos por volta de 1828, conforme a lista de passageiros. Na época da imigração, a Colônia de São Bento ainda não existia, de modo que a família seguia para Joinville. Professavam a fé protestante. Foram pais de ao menos quatro filhos, sendo que os três primeiros ainda são um mistério quanto ao paradeiro: Wilhelmine Giese (1851-), August Giese (1854-), Emilie Giese (1857-, e Karl Giese (1859-1924), meu trisavô, que esteve em São Paulo, e se casou em São Bento com Ida Bertha Labenz, filha de Friedrich Labenz e Wilhelmine Witt.
Published in: on 18/01/2008 at 12:03 AM  Deixe um comentário  

205 Anos do Falecimento de Josef Pfeffer

No dia 13.01.1803 teria falecido meu heptavô Josef Pfeffer. Era filho de Peter Pfeffer e Margareth Hauser e morava em Kleinagn, na Bavária berço desse ramo dos Pfeffer. Nessa família, há algumas divergências quanto às datas. Encontramos o nome de três esposas diferentes para Josef Pfeffer, tendo provavelmente ficado viúvo por duas vezes – salvo se tratar de outra pessoa, mas até o momento cremos ser o mesmo. Foram elas: Anna Hoffmann, Anna Hezenbauer e Anna Maria Laurer, de quem descendo (e que talvez tenha sido a primeira).
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Fazer pesquisa de famílias de imigrantes é bastante complicado, porque dependemos de registros que estão na Europa e que dificilmente temos acesso. Considero uma benção e tanto ter avançado sete gerações a partir de Barbara Pfeffer, a imigrante. Tive a sorte de encontrar um bem disposto alemão que me ajudou e que repassou dados de outro pesquisador daquela região.
Published in: on 14/01/2008 at 11:17 PM  Deixe um comentário  

38. Bernard Preussler 39. Anna Jaeger

Meus tetravós Bernard Preussler e Anna Jaeger eram, provavelmente, naturais da região de Johannesberg, no Reichenberg, Boêmia. Lá tiveram ao menos uma filha, chamada Amalia Preussler, que imigrou como criada ao Brasil em 1876, e se casou com Johann Rössler, que imigrou pelo menos navio.
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O belo livro do Cel. Osny Vasconcellos, escrito em parceria com Alexandre Pfeiffer, “São Bento – Cousas do Nosso Tempo” dedica um capítulo aos Roesler quando fala dos imigrantes que vieram de regiões mais desenvolvidas que os primeiros. As informações que alguém passou aos autores sobre os Preussler, no entanto, nos deixam com a pulga atrás da orelha.
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Lemos no livro que Amalie Preussler veio ao Brasil com a família dos pais. O que comprovadamente não é real, bastando uma pesquisa na lista de passageiros do Vapor Vandalia, que trouxe Amalia en 1876. Lá, como dito, Amalie aparece como criada, imigrando sem família. De modo que acreditamos que Bernardo Preussler e Anna Jaeger não vieram ao Brasil. No livro, no entanto, afirma-se que não só vieram como Bernardo passou a exercer a função de professor na cidade. Menciona-se então um registro de batismo de uma filha de Amália, na qual afirma-se que Bernard Preussler e sua esposa aparecem como “falecidos na Boêmia”. O autor das informações afirma então que disso se deduz que tenham voltado para a Europa, não se adaptando em São Bento. Também acho que há erro nessa questão, embora saibamos que involuntário. Como não encontramos registro de entrada de Bernard Preussler e Anna Jaeger no porto de São Francisco do Sul, cremos que não veio em momento algum ao Brasil. Não há, pelo menos, nenhum documento que prove o contrário.
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Outra questão que apresenta dificuldades nesse capítulo é o nome da esposa de Bernard, que aparece num primeiro momento como Elisabeth Steffen e depois como Barbara Roesler. Não se pode descartar a possibilidade de Bernard Preussler ter se casado mais de uma vez, mas o fato é que em São Bento, em todos os registros, o nome que aparece é Anna Jaeger, ou então Marianna Jaeger, pois era comum mulheres chamadas com esses dois nomes.
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Também grafa-se Preissler. Na região do Reichenberg há bastante casamentos entre Roesler e Preissler ou Preussler. Eu mesmo, além de descender de Johann Rössler e Amalia Preussler, também descendo de um Franz Rössler e Klara Preissler.
Published in: on 13/01/2008 at 11:32 PM  Comments (1)  

Pedra Fundamental da Igreja Matriz de SBS

No livro de Alexandre Pfeiffer chamado “História da Igreja Católica de São Bento” temos a interessante trascrição da “Acta da Benção e Assentamento da Pedra Fundamental da Nova Egreja Catholica da Villa de São Bento” (p. 20 e 21). Era a primeira Igreja Matriz da cidade, e ficava no mesmo local da atual. De lá repassamos o nome dos signatários dessa ata, datada de 08.12.1901 e que foi escritava por Jorge Zipperer, Secretário da Comissão para essa construção:
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“Padre José Ernser. Vice-Presidente Manoel Gomes Tavares. Secretário Jorge Zipperer. Thezoureiro André Zipperer. Membros Peter Pscheidt, João Hinz, João Hoffmann, André Linzmeyer, Michel Röhrl, Carlos Ehrl, Michel Karaschinski, Georg Rank digo Hien, Franz Rank, Michel Pscheidt, Alois Schreiner, Carl Doetsch, Joseph Schönfelder, Guilherme Biermann, Francisco Krens, Josef Schröder, Georg Grossl, Maria Rosa Schröder, Franz Eckstein, Jan Dciedicz, Mathias Grossl, Josef Pscheidt, Barbara Mühlbauer, Maria Linzmeyer, Albina Peyerl, Josef Jelinski, Theresia Wolf, Franz Zöllner, Anton Mühlbauer, Philipp Mühlbauer, Anton Fürst, Andreas Ehrl, Stanislau Gonschorowsky, Carl Grossl, Francisca Zeithammer, Wenceslau Pscheidt, Eduardo Pscheidt, Andreas Pscheidt, Franz Linke, Johann Kujawsky, Julia Raschel, Oswaldo Hoffmann, Miguel Dziedicz, Franz Rohrbacher, Antonio Treml, Curt Uhlig, Johann Malinowski, Pedro Eckstein, Maria Bechler, Caspar Liebl, Johann Pscheidt, Georg Pscheidt, Robert Wöhl, Johann Lobermeyer, Johann Kujawsky, Josef Kujawsky, Kopp, Wilhelm Pilz, Johann Gorniack, Carl Peyerl, Josef Bayerl, Josef Treml, Theresa Seidel, Carl Rückl, Benedict Pscheidt, Andreas Zipperer Jun., Josef Linzmeyer, João Dciedicz, Franz Gürtler, Josef Rohrbacher, Maria Kujawsky, Josef Heinrich, Carl Ulrick, Josef Zipperer, Alfredo Tschoeke, Josef Arnold, Carl Fleischmann, Peter Robl, Jacob Knecz, Michel Gschwendtner, Johann Hastreiter, Franz Fendrich, Georg Pscheidt, Carl Ehrl Jnr., Wilhelm Tschöke, Phillip Augustin, Anton Reiser, Peter Pscheidt, Martha Tschöke, Anton Augustin digo Fürst, Francisca Bayerl, Elisabeth Bayerl, Therese Schwartz, Margareth Schwartz, Jorge Grossl, Johann Grossl.” (PFEIFFER 1999)
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Nesses nomes vejo meu tetravô Anton Mühlbauer. Creio que a Barbara Mühlbauer, também citada, é a sua esposa, nascida Pfeffer. O Phillipp Mühlbauer é um dos filhos do casal. Também está na lista Julia Rössler, irmã do meu trisavô Johann Rössler. Como era casada, aparece como Julia Raschel. Já o Franz Fendrich, tenho algumas dúvidas. Deve ser o irmão de meu bisavô Frederico Fendrich, mas nesse caso ele seria ainda bem jovem em 1901. Muitos nomes ali presentes são meus parentes (todos os Zipperer, por exemplo), muitos passaram a ser depois de casamentos, e muitos tiveram filhos que passaram a ser parentes. De modo que em São Bento, todos os alemães são parentes de alguma maneira. É só questão de investigar que se descobre.
Published in: on 12/01/2008 at 5:21 PM  Deixe um comentário  

36. Franz Rössler 37. Antonia Lang.

Meu tetravô Franz Rössler não deve ter tirado os pés da velha Boêmia. Pelo que podemos descobrir no registro de batismo de seu filho Johann Rössler, Franz Rössler era agricultor e carreteiro, e nasceu em Reichnau Nº 12, no norte da Boêmia.
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Já minha tetravó Antonia Lang, nasceu em Pelkowtiz Nº 40, nas proximidades. O casal teve ao menos os seguintes filhos, que imigraram para o Brasil em anos distintos: Juliana Rössler, casada três vezes, sendo a segunda com Anton Finke, e depois com Josef Raschel; Josef Rössler, casado com Paulina Zanta; e meu trisavô Johann Rössler, casado com Amalia Preussler, e em segundas núpcicas com Franziska Mühlbauer.
Published in: on 12/01/2008 at 2:22 PM  Deixe um comentário  

35. Elisabeth Mischeck (1822-1888)

Minha tetravó Elisabeth Mischeck nasceu na aldeia de Gunderwitz, na Boêmia, no ano de 1822. Era filha do casal Thomas Mischeck e Barbara Greil. Casou-se em 1847 com Anton Zipperer, natural de Flecken, filho de Adam Zipperer, com quem imigrou para o Brasil em 1873.
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“Frau Liesl”, como era conhecida, é tida como mãe minha zelosa, e mulher sempre bem disposta e corajosa. Assim nos pinta o livro de Josef Blau “Bayern in Brazilien”. O mesmo livro aponta que foi ela que trouxe aos rústicos colonos de Flecken alguns bilhetes de propaganda da imigração para o Brasil. Parece que ela se manteve resoluta na idéia de imigrar, enquanto que aos outros ainda pairavam dúvidas. O livro também mostra a dedicação que ela teve com o filho Josef Zipperer, quando esse contraiu grave doença.
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O próprio Josef Zipperer, em “São Bento no Passado”, nos conta como Elisabeth Mischeck teve que se virar para conseguir mantimentos para os Zipperer tão logo a família chegou ao Brasil. Ela procurou um vendedor que costumava vender fiado aos recém-chegados imigrantes. Só que ele não pareceu muito disposto, já que muitos dos imigrantes jamais retornaram para saldar a dívida. Esse comerciante, segundo Zipperer, se chamava Henrique Jordan. E mesmo com as palavras de Elisabeth, não quis ceder. “Frau Liesl” então retornou e buscou seus filhos Josef, Franz e Anton Zipperer, para levá-los até Jordan e mostrar que a família tinha homens de mãos fortes que com alguns dias de trabalho poderiam facilmente conseguir o dinheiro da dívida. Vendo a disposião de Elisabeth Mischeck, Henrique Jordan acabou se convencendo, e de fato cedeu os mantimentos necessários aos sustento dos Zipperer naqueles primeiros dias (carne seca, feijão, farinha de mandioca, tachos e caçarolas). Os homens estavam trabalhando na construção da Estrada Dona Francisca, e em algum tempo puderam voltar e saldar, de fato, a dívida.
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Elisabeth Mischeck teve com Anton Zipperer os seguintes filhos: Catharina Zipperer, que só veio ao Brasil dois anos depois, em 1875, casada com Frederico Fendrich; Josef Zipperer, que em 1877 se casou com Anna Maria Pscheidt; Anton Zipperer, casado com Agnes Breszinski; Franz Zipperer, que faleceu solteiro; Therese Zipperer, casada com o cervejeiro Josef Linzmeyer; Andreas Zipperer, casado com Barbara Hien; e Carl Zipperer, casado com Therese Brey, os quais se mudaram para a região de Porto União onde deixaram grande descendência.
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Sobre o filho Franz Zipperer, sabemos que foi o primeiro imigrante falecido em São Bento (embora a tradição afirme que foi Karl Wilhelm Bendlin). Naturalmente, Franz não era chefe de família, mas como podemos ver em documentos transcritos por Carlos Ficker em seu livro sobre a cidade, Franz faleceu antes de Karl. Sobre o falecimento de Franz, de apenas 16 ou 18 anos, vítima de febre maligna, Josef Zipperer escreveu que “baldados foram os cuidados a ele dispensados com tanto carinho pela mãe e por todos nós”.
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Já a mãe Elisabeth Mischeck faleceu em 30.10.1888, conforme comprovamos em registro de óbito da Paróquia de São Bento do Sul:
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“A trinta de outubro de mil oitocentos e oitenta e oito falleceu Elisabeth Zipperer, filha legítima de Thomas e Barbara, mulher de 66 annos de idade, casada com Antônio Zipperer, estrangeira, natural da Bohemia, lavradora, de marasmo senil, no seu domicílio na Estrada de Wunderwald deste município e dous dias depois seu corpo foi sepultado no Cemitério Cathólico da sede de S. Bento, do que para constar fiz esse assento.”
Published in: on 12/01/2008 at 1:18 PM  Deixe um comentário  

Hübner

Aos 17.05.1879 faleceu Emilo Hübner, com 6 anos de idade, filho de Stephan Hübner e Mathilde Wander, neto paterno de Augustin Hübner e Joana Ullmann e neto materno de August Wander e Helena Feix. Moravam na Estrada Bismarck. Stephan e sua esposa imigraram para o Brasil com seus filhos, entre eles Emilo. Eram de Schwarzbrun, na Boêmia.
Published in: on 10/01/2008 at 12:11 AM  Deixe um comentário  

Catharina Stiegler

No domicílio de meu trisavó Benedikt Beyerl faleceu, por volta de 1920, Catharina Stiegler, de 28 anos, casada com Aloís Stiegler.
Published in: on 09/01/2008 at 11:56 PM  Deixe um comentário  

Escravos em São Bento

Embora haja literatura afirmando que em São Bento não havia escravos, é mais que provado que eles existiam. Naturalmente, não ocupavam a região central da cidade, que era toda habitada por famílias imigrantes que não tinham esse “costume” – até porque, eles próprios eram praticamente escravos lá na Europa. Como nunca houve muita preocupação em estudar o elemento nacional que povoou a região de São Bento – desde antes de 1873 – , perde-se em profundidade histórica e, conseqüentemente, corre-se um grande risco de desvirtuamento da história original. Os nacionais estiveram em São Bento desde antes do começo, e não eram tão poucos que merecessem tanto descaso em boa parte da historiografia da cidade. Essa, dedica a eles apenas as páginas que tratam dos conflitos de terra entre Santa Catarina e Paraná. Esses paranaenses habitavam regiões um pouco mais afastadas, como os bairros de Mato Preto, Avenquinha, e Bateias (esses últimos hoje pertencentes à Campo Alegre, mas nem por isso podem deixar de ser considerados moradores de São Bento, pois a história dos dois municípios está intimamente relacionada – e Campo Alegre só desmembrou-se de São Bento em 1897.
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As seguintes famílias que moravam em bairros de São Bento possuiam escravos, comprovadamente: Thomas Umbelino Teixeira; Francisco Teixeira de Freitas; Francisco de Paula Pereira; Manoel Inácio de Souza; Joaquim Antônio Alves; Joaquim Vaz de Siqueira; Francisco Carvalho de Assis; José Affonso Ayres Cubas; Antônio Carneiro de Paula; e Antônio Ferreira de Lima, o “caçador de bugres” que acabou morto por um deles. Provavelmente havia mais. Todas essas famílias eram paranaenses de famílias com origens tradicionais que permitiam que ainda naquele tempo pudessem se servir de mão de obra escrava.
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Também deveria possuir escravos – embora ainda não se tenha encontrado documento são-bentense comprovando – o Tenente Coronel Joaquim Pinto de Oliveira Ribas. Era natural da Lapa, e citado nos primórdios da colonização em São Bento como um dos “intrusos” que estariam ocupando pedaços de terra pertencentes à Companhia Colonizadora. Esse Joaquim aparece em 1850 no maço da população da Lapa, contando com 25 anos, já casado e com uma filha (que mais tarde se uniria ao Dr. Manoel Pedro, pessoa de muito destaque na vida pública da Lapa, inclusive sendo prefeito, e que pelos seus feitos mereceu o nome de uma de suas principais avenidas). Pois nesse maço aparecem como propriedade do casal alguns escravos, nomeados um por um. Não é de se espantar que eles, ou os descendentes deles, também tivessem acompanhado a família de Joaquim Pinto de Oliveira Ribas quando esse se mudou para a região de São Bento do Sul.
Published in: on 09/01/2008 at 11:46 AM  Deixe um comentário  

Phillipp Maria Wolf

O temperamento difícil do Dr. Philipp Maria Wolf é bastante conhecido na história de São Bento. Ele acabou gerando muitas inimizades, principalmente políticas. Wolf também teve vários jornais, entre eles “A Legalidade”. A leitura de alguns textos desses jornais, passado tanto tempo desde a publicação, chega a ter momentos pra lá de engraçados. Eis um texto do jornal de 13.02.1897:
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“AGRADECIMENTO
Com toda a magnanimidade de coração, espirito e caracter, agradecemos uma vez por todos, á aquelles que generosa e espontaneamente, nos ameaçam de continuo com sóvas de páu, collocando-se assim na altura da civilisação e progresso moral do século!”
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Bem se vê que as coisas já eram tumultuadas naquela época. Lembrando que foi nesse mesmo ano que morreram assassinados Alberto Malschitzky e João Filgueiras de Camargo, figuras de destaque na vida pública da cidade.
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O colega de pesquisas Paulo Jürgensen tem versões digitais da “A Legalidade” disponíveis na net, ondem podem ser lidas muitas outras histórias curiosas.
http://picasaweb.google.com.br/portalsbs/Legalidade
Published in: on 09/01/2008 at 12:21 AM  Deixe um comentário  

99 Anos do Nascimento de Rozina Hannusch

No dia 07.01.1909 nasceu minha bisavó Rozina Hannusch. Era uma das filhas do casal João Hannusch e Barbara Mühlbauer, que moravam na região de Fragosos. Rozina casou-se com Luiz Thomé Fragoso, filho de Saturnino Fragoso de Oliveira e Joaquina Fragoso Cavalheiro. Morava numa casa próxima à de sua filha Otília. Quando Rozina começou a sentir os efeitos da doença, passou a morar na casa dela. Tossia muito em seus últimos dias e faleceu em 16.04.1980.
Published in: on 07/01/2008 at 11:55 AM  Deixe um comentário  

Hümmelgen

Ao primeiro dia de outubro de 1879 faleceu Anna Elisabeth Hümmelgen, nascida Brugger (assim creio), filha de Wilhelm e Christina. Foi casada com Wilhelm Hümmelgen, um dos primeiros povoadores de São Bento, e que com ela veio ao Brasil de Barmen, na Pomerânia. É um dos primeiros registros de óbito no cartório de São Bento. Na época não era obrigatório, já que funcionavam os registros eclesiásticos. Mas como os Hümmelgen eram protestantes, não tinham como fazer isso, já que ainda não havia igreja protestante em São Bento.
Published in: on 06/01/2008 at 12:30 PM  Deixe um comentário  

34. Anton Zipperer (1813-1891)

Anton Zipperer e Elisabeth Mischeck
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Meu tetravô Anton Zipperer nasceu no ano de 1813 em Flecken #47, na Boêmia. Segundo o livro de Josef Blau “Bayern in Brasilien”, escrito com subsídios passados ao autor por Jorge e Martim Zipperer, netos de Anton, seu pai se chamava Adam Zipperer e teria falecido em 1820. Como a mãe de Anton nunca mais casou, ele acabou recebendo a alcunha de “Witentone”, para designar o filho da viúva.
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Anton Zipperer cresceu sem saber escrever seu nome, pois escola era um luxo que não podiam dispor. Aos 18 anos, Anton foi para a aldeia Neuern, hoje chamada Nyrsko, também no Böhmerwald. Lá, aprendeu o ofício de marceneiro.
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Mas tão logo terminou seu aprendizado, Anton teve de servir ao exército. Foi convocado para a base militar na aldeia de Kauth. A princípio, teria conseguido escapar, alegando que sua mãe era viúva e ele, como filho mais velho, precisaria cuidar dela. Mas não demorou até que aparecessem “batedores militares” procurando pelo “Witentone”. Quando já estavam próximos, Anton Zipperer se deslocou por conta própria até Kauth, acreditando que, por se apresentar voluntariamente, poderia conseguir mais direitos.
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Uma vez soldado, Anton ficou muito tempo sem poder voltar pra casa. Sua mãe havia seguido atrás dele, e na aldeia de Mies conseguiram conversar. Mas já separados por uma grade de ferro. Ainda pelo livro de Blau, sabemos mais um pouco sobre a vida de soldado de Anton Zipperer (parágrafo que não foi traduzido no livro de Kormann.).
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Por lá, ficamos sabendo que Anton teve que aprender a nadar e conduzir botes quando esteve em Klosterneuburge. Esteve ainda em Viena e principalmente em Verona, na Itália. Os soldados, em seus trabalhos nessas cidades durante essa época, tinham que ser também carpinteiros e pedreiros. Anton Zipperer ficou dez anos como soldado na Itália, e conseguiu algum dinheiro. Durante esse tempo, não pôde escrever uma linha para a sua mãe. Mas no domingo de Páscoa de 1843 ele deixou Verona, e no dia de Pentecostes chegou até a sua aldeia natal, para a alegria de sua mãe. (o capítulo tem mais alguns detalhes que não foram possíveis traduzir sem saber alemão)
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Foi então que conheceu aquela que seria sua esposa, Elisabeth Mischeck, natural de Gunderwitz, filha de Thomas Mischeck e Barbara Greil. Casaram-se em 02.08.1847. O casal passou a morar em Flecken, e Anton Zipperer se empregou na fazenda de um camponês. A casa em que moravam era de propriedade de seu patrão. Tinham a permissão para criar algumas galinhas e uma vaca, além de um pequeno pedaço de terra para plantar verduras. O contrato com o patrão era renovado todo dia de São Jorge, 23 de Abril. Em troca a esses benefícios, Anton Zipperer, e mesmo Elisabeth Mischeck, tinham que estar sempre à disposição do senhora da terra, auxiliando-o a realizar os trabalhos que precisasse.
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O pagamento era de seis “Kreuzer”, a moeda da época, por cada dia de serviço. Naturalmente, não havia qualquer possibilidade de mobilidade social. A servidão em que viviam aumentava a vontade de imigrar. Alguns parentes dos Zipperer já haviam feito isso há alguns anos. O desejo da família era se mudar para a Austrália, embora mal pudessem localizar esse país no mapa.
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Em 1873 a oportunidade apareceu. Os Zipperer receberam alguns folhetos bastante convidativos, incentivando a imigração para o Brasil. Era, afinal, um país católico como a Áustria, e também com um imperador. Junto com os Zipperer foram mais 4 famílias que largaram sua condição de semi-escravos na Boêmia para tentar a sorte no Brasil. A família Zipperer então se livrou dos patrões, com os quais estavam amarrados por causa do contrato de serviço, e tiveram que deixar a propriedade em que moravam. Foram então pedir asilo, até o dia do embarque, na casa de Wolfgang Meier, em Vordeflecken, com o qual eram aparentados (só Deus sabe como).
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Até que finalmente emigraram, a bordo do célebre Navio Zanzibar, que saiu do porto de Hamburgo em 20.06.1873 e chegou em São Francisco do Sul no dia 06.09.1873. Anton já era de idade avançada, se comparado com os outros imigrantes (60 anos). No entanto, sabia que essa viagem poderia significar um futuro melhor para os seis filhos que estava trazendo ao Brasil. A princípio, a família Zipperer veio para Joinville, uma vez que ainda não existia a colônia de São Bento. Só que como Joinville já estava abarrotada de imigrantes, já havia a intenção de se criar uma nova colônia no alto da serra. Tentou-se, primeiro, os campos de São Miguel, em Campo Alegre. Como não eram muito produtivos, decidiu-se pelo lugar onde hoje é São Bento.
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Anton Zipperer esteve entre os 70 primeiros povoadores de São Bento. Foram homens que estavam nos ranchos de imigração em Joinville e que foram escolhidos para subir a serra e fazer um trabalho em conjunto de derrubada das matas, para depois poder começar as suas plantações e lá mesmo fixar residência. Não se sabe ao certo qual o critério para a escolha desses 70 homens, se por disposição ou alguma espécie de sorteio. Os trabalhos na Serra Dona Francisca também era a única fonte possível de renda para os Zipperer. Como venderam tudo que tinham para custear suas passagens ao Brasil, já estavam começando a passar necessidades em solo tupiniquim.
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Em 20 de setembro de 1873, esses 70 homens começaram a subida da serra. Subiram por dois dias até encontrar a equipe do engenheiro August Heeren. Pernoitaram no rancho do acampamento e então receberam os 64 lotes que já estavam demarcados. Essa distribuição foi feita por sorteior. Mas os Zipperer e as famílias que imigraram com eles (Duffeck, Stuiber, Rohrbacher), pediram para terem lotes vizinhos, no que foram atendidos.
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“Iniciamos, todos em conjunto, a derrubada da mata, ou melhor, fizemos pequenas roças em cada lote, para que cada um pudesse começar a construir sua choupana e fazer, ainda em tempo, alguma plantação.” (ZIPPERER, 1954 p. 15)
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Já em novembro, Anton Zipperer e família puderam queimar suas roças e fazer as primeiras plantações de milho e feijão. A construção das primeiras choupanas também foi aumentada. Nesse tempo todo, moravam os Zipperer no Rancho dos Imigrantes, que ficava onde hoje se encontra a Praça Getúlio Vargas.
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Anton Zipperer faleceu em São Bento do Sul no dia 20.12.1891. Eis o seu registro de óbito conforme os livros da Igreja Católica da cidade:

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“A vinte de dezembro de mil oitocentos e noventa e um falleceu Antônio Zipperer, com 79 annos de idade, de fraqueza senil, viúvo há nove annos de … (não consta), residente na Villa de S. Bento, no dia 22 seu corpo foi sepultado no Cemitério Cathólico de S. Bento, do que para constar fiz este assento. Padre Ricardo Dreicovitz”
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OBS: Anton Zipperer estava viúvo há 3 anos de Elisabeth Mischeck, e não 9 como consta no assento.
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Há alguns mistérios relacionados à família Zipperer. Tema esse que merece um post próprio que será tratado oportunamente.
Published in: on 06/01/2008 at 11:27 AM  Deixe um comentário  

Mistérios na Origem da Família Fendrich

O registro de batismo de Amália Fendrich, casada com Aloís Gassner, aponta que seu pai, o imigrante Friedrich Fendrich, era natural de “Lomnitz, perto de Hoshin”. Com alguma dificuldade, achamos uma Lomnitz (pois há mais de uma na República Tcheca) que pareceu ser a mais provável como aldeia natal dos Fendrich. Essa cidade tem hoje o nome de Lomnice nad Luznici. Mas a identificação desse lugar não permitiu sabermos mais sobre Friedrich Fendrich e seus pais Franz Fendrich e Maria Magdalena Trnka.
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Um pesquisador tcheco foi categórico ao afirmar que “não há qualquer família Fendrich em Lomnice nad Luznici e, mesmo nas redondezas, nunca viveu tal família no período que você menciona”. Quando a Hosin, ele afirma que “Os Fendrich nunca moraram em Hosin, perto de Hluboka e redondezas”.
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De modo que ainda não se sabe nada sobre a origem. Ou se trata de outra Lomnitz, ainda não identificada, ou na verdade os Fendrich tinham raízes mais fortes em Viena, e por algum motivo estavam em Lomnitz quando Friedrich Fendrich nasceu. Sempre se menciona que Friedrich se mudou cedo para Viena, mas também não se sabe com que idade, e sob quais condições. A origem do “sobrenome” Fendrich é realmente austríaca. De qualquer forma, a origem do sobrenome “Trnka”, da mãe de Friedrich, é visivelmente tcheco. Uma consulta ao registro de casamento de Friedrich com Catharina Zipperer, em Viena por volta de 1873, daria novas e talvez esclarecedoras pistas.
Published in: on 05/01/2008 at 4:37 PM  Deixe um comentário  

Ainda Sobre os Fragoso na Lapa

Apenas complementando o post anterior: meu antepassado Manoel Soares Fragoso já estava na Lapa em 1836 sim. Deve ter se mudado junto com a família de seu pai Theodoro Soares Fragoso, que já estava lá naquele ano. Não encontrei seu registro no maço de população referente a esse ano. Isso pode ter sido descuido meu, ou então o seu nome estava nas partes ilegíveis do microfilme. A prova que lá estava é que no dia 11.05.1836 foi batizada na Villa Nova do Príncipe a sua filha Maria da Rosa Soares.
Published in: on 05/01/2008 at 4:32 PM  Deixe um comentário  

Theodoro Soares Fragoso na Lapa

No maço da população de 1836 referente à Villa Nova do Principe, atual Lapa, encontrei o registro da família de meu ancestral Theodoro Soares Fragoso, provando que se mudou de Curitiba, onde se casou em 1803 com Feliciana Rodrigues França. Por pouco não me passa despercebido, pois a grafia de “Soares” parecia “Chaves”. Mas o nome da esposa e dos filhos confirmou que se trata do mesmo casal. São essas as informações, obtidas em microfilme do Arquivo Público do Paraná:
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Theodoro Soares, 72 anos
Feliciana, mulher, 49 anos
Eusébio, filho, 32 anos
Damazia, 29 anos
Mariana, 26 anos
Honório (assim creio), 14 anos
Antônio, 12 anos
Theodora, 6 anos
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Theodoro Soares Fragoso era branco, livre e lavrador. “Colhe duzentas mãos de milho e nove alqueires de feijão, e tem de renda cem mil réis”. Felizmente, os maços da população de antigamente costumavam ser ricos em detalhes, tanto que foi possível identificar do que se sustentava a família de Theodoro, e quanto ganhava.
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Reparei que Manoel Soares Fragoso, de quem descendo, não está nomeado entre os filhos de Theodoro. Certamente não estava morando com eles. Até porque, desde 1826 ele já estava casado, com Marciana Maria de Marafigo. Talvez tenha ficado em Curitiba, ou então morava em outro lugar na Lapa, mas que não foi possível descobrir nesse maço de população (algumas partes do microfilme estão ilegíveis, então não é possível descartar a hipótese).
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Dos filhos de Theodoro, só conhecia o Manoel. No dia anterior à essa pesquisa foi que descobri, através de batch number, que também teve as filhas Damásia e Mariana, casadas na Lapa em 1837. Isso contribuiu bastante também para que eu tivesse certeza de que o registro que encontrei era realmente da família que eu estava procurando. Encontrei o nome de Manoel Soares Fragoso como morador do 15º Quarteirão da Villa Nova do Príncipe em 1842. Sem mencionar, no entanto, esposa e filhos ou idades.
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Theodoro Soares Fragoso, com 72 anos em 1836, teria nascido em 1764. Queremos acreditar que nasceu depois disso, afinal seu pai, Domingos Soares Fragoso, se casou apenas em outubro de 1765 com Maria Dias Camacho.
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No rol dos homens casados de Curitiba no ano de 1776, encontrei um Domingos Soares, que aparece com 27 anos. Quero acreditar que se trata realmente do filho de João Soares Fragoso e da índia Páscoa das Neves. Caso esteja correta a idade apontada (nem sempre isso acontecia), ele teria se casado com 16 anos. E pouco tempo depois já teria tido o filho Theodoro, conforme a idade apontada no censo da Lapa.
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Descobrir pequenas informações, novos detalhes e alguns mistérios da vida dos antepassados são as recompensas para o genealogista.
Published in: on 04/01/2008 at 4:54 PM  Comments (1)  

80 Anos de Luiz da Silva

Meu avô Luiz da Silva nasceu no dia 04.01.1928. Se estivesse vivo completaria hoje 80 anos. Era o filho mais novo que tiveram Antônio Correia Santos e Francisca da Silva. Casou-se com Otília Fragoso, com quem teve seis filhos, que hoje já lhe deram oito netos. Já não é mais possível encontrá-lo sentado em sua cadeira nos domingos, assistindo futebol pela televisão, nem ouvir os gracejos que fazia, nem ver o orgulho que tinha dos netos, sempre os ajudando no que podia. Faleceu no dia 05 de setembro do ano passado, e foi sepultado no mesmo túmulo da sua mãe, no Cemitério de Fragosos.
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Nesse tópico já publicado, há mais detalhes sobre a sua vida:

http://coisavelha.blogspot.com/2007/10/6-luiz-da-silva-1928-2007.html

Published in: on 04/01/2008 at 12:04 PM  Deixe um comentário  

Ancestrais da Família Fragoso

Perto da virada do ano descobri mais uma geração de ancestrais da Família Fragoso. Os Fragoso são tido como os primeiros habitantes da região limítrofe entre Paraná e Santa Catarina, onde hoje se dividem Piên e Campo Alegre. Vinham alguns da Lapa e outros de São José dos Pinhais, mas todos aparentados entre si. A tradição oral conta que foram eles os primeiros a construir uma ponte sobre o Rio Negro, ligando os dois estados. Essa ponte está mais a direita da ponte atual, que foi inaugurada em 1963. Obviamente, já não é a mesma ponte. Havia tantos habitantes da Família Fragoso na região que ela passou a levar a alcunha de “Fragosos”, prununciada com a letra O aberta. Esse nome permanece até hoje.
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Já sabia que eram descendentes de paulistas, suspeitando da relação com os bandeirantes. Conforme as pesquisas avançavam, foram chegando novas descobertas. Uma das mais interessantes é que os Fragoso descendem, em linha reta masculina, de Domingos Soares Fragoso, que era filho de João Soares Fragoso com uma índia, Páscoa das Neves. Essa índia, conforme indica o registro de casamento, foi propriedade de João de Siqueira, nada menos que o pai de Ignez de Chaves, a esposa de João Soares Fragoso.
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Por si só já é algo instigante, mas pelo registro de casamento de Domingos Soares Fragoso fica-se sabendo de outra história pra lá de curiosa. Os Fragoso descendem também de Maria Dias Camacho. Ela era filha de Francisco Dias Camacho, mas não parece ter sido criada por ele. Isso porque o Padre aponta que ela foi “exposta” na casa de Ignácio Preto. Em outras palavras, quer dizer que ela foi deixada na porta da casa dele. O assento também não dá a mãe de Maria. Ousamos suspeitar que também fosse índia. Domingos Soares Fragoso e Maria Dias Camacho se casaram em 30.10.1765, na cidade de Curitiba.
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João Soares Fragoso teve alguns filhos com sua esposa Ignez de Chaves. Também é curioso observar que nenhum deles levou o “Soares Fragoso” como sobrenome. Antigamente, não havia esse costume do filho seguir a risca o sobrenome do pai. Muito pelo contrário, a maioria levava outros nomes, geralmente homenagendo antepassados. Portanto, o único filho conhecido de João que levou adiante o “Soares Fragoso” foi Domingos Soares Fragoso, o filho da índia.
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Se formos consultar listas telefônicas da região metropolitana de Curitiba, do sul do Paraná e do Planalto Norte catarinense, vamos encontrar muita gente que ainda hoje porta o sobrenome “Soares Fragoso”. Certamente descendem desse mesmo ramo de que tratamos.
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Pois fiquei sabendo que o nome Domingos foi também uma homenagem a antepassados. João Soares Fragoso era filho de Álvaro Soares Fragoso e Catharina Garcia de Unhatte, todos de Taubaté. E a nova geração que descobri é a dos pais de Álvaro, que não são citados na Genealogia Paulistana. Em listas de discussão de genealogia, fica-se sabendo que João Soares Fragoso era neto de Domingos Soares e Ascença da Motta (a qual nasceu por volta de 1647 em Santo Amaro, e declarou em testamento ser neta de Simão da Motta Requeixo, faltando lhe descobrir a filiação).
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João então homenageu o avô quando escolheu o nome para Domingos Soares Fragoso. Esse primeiro Domingos Soares teria falecido por volta de 1702. E ao que consta, estaria acompanhando a expedição de Thomé Portes del Rey, também meu ancestral, quando este descobriu jazidas de ouro no Rio das Mortes, perto de onde hoje é a cidade mineira de São João del Rey. Thomé acabou assassinado por seus escravos e, possivelmente, Domingos teria falecido em condições semelhantes nessa expedição.
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As pesquisas avançam, e de alguma maneira contribuem para que se conheça mais sobre o elemento nacional que primeiro habitou a região de São Bento do Sul – preocupação essa que é esquecida pela maior parte da historiografia da cidade, que trata apenas dos imigrantes.
Published in: on 02/01/2008 at 1:18 PM  Comments (134)  

357 Anos do Batizado de Wolfgang Pfeffer

Em 01.01.1651 foi batizado meu oncavô Wolfgang Pfeffer. A família Pfeffer (um dos muitos “Silvas” que existem na Alemanha) era de Eschlkam, na Bavária, e proximidades. Wolfgang Pfeffer se casou com Walburga, e são ancestrais de Barbara Pfeffer, que veio ao Brasil com o esposo Anton Mühlbauer em 1877.
Published in: on 02/01/2008 at 12:48 PM  Comments (1)